Neste fim de semana li A vida sexual da Mulher Feia, da gaúcha Claudia Tajes. Ta estranhando o título? Pois eu também estranhei. Mas, saiba que o livro reflete exatamente o título que tem. E é hilário. Às vezes, um tanto patético, cruel até. O que não é nenhuma surpresa nesses tempos em que se cultua tanto a beleza física.
Falando de literatura, tive o prazer de assistir a uma palestra com o jornalista, escritor e cronista Ignácio de Loyola Brandão. O maravilhoso escritor é também um magnífico orador. E que veia cômica! Virei sua admiradora.
Como parte do programa, participei de uma oficina de leitura, onde ficou evidenciada a presença maciça de pedagogas – ai, esse termo pedagoga carrega um charme, uma elegância, um não sei o quê de sofisticação.
Pois, então, as pedagogas que lá estavam, praticamente todas elas desempenhando o ofício de ensinar, são, a maioria delas, péssimas leitoras. Com uma ou outra exceção, descobriram a necessidade – não o prazer – de ler somente quando chegaram à universidade. É óbvio que seus alunos serão, também, péssimos leitores, afora um ou outro que receba estímulos dos pais ou de algum amigo dos livros.
É lamentável essa falta de interesse pela leitura, que produz levas de estudantes que escrevem absurdamente mal. E que também são pouco criativos. Além de que deixam escapar a oportunidade de embarcar nas deliciosas viagens e aventuras que os livros proporcionam a quem a eles se entrega.
E, voltando à oficina, uma experiência relatada lá me fascinou: a de uma mulher que tomou gosto pela leitura através de sua babá, que, curiosamente, não sabia ler. “A babá me contava histórias e me mostrava os livros onde – dizia – eu poderia descobrir muito mais, o que ela não podia fazer, pois não sabia ler”, contou. Dá para imaginar o tamanho da capacidade inventiva dessa babá, caso soubesse ler?