Essa história eu ouvi no rádio um dia desses: o cara, que é negro, queria dar uma boneca negra de presente para a sobrinha e se espantou com a variedade disponível no mercado de brinquedos. Diferente, segundo ele, de alguns anos atrás, quando ele procurou, em vão, uma versão negra do Ken – namorado da Barbie – ou algo semelhante para dar de presente à namorada, para que ela se lembrasse dele enquanto ele estivesse viajando. “Acabei comprando um Saci”, brincou.
O mercado está, de fato, ofertando muitas opções de boneca negra, como a Tre-Lê-Lê, a Nenequinha, a Gargalhada, a Milkinha Petit e até mesmo várias versões da Barbie. Há, inclusive, uma loja em São Paulo, a Preta Pretinha, especializada na fabricação de bonecos negros, como também de outras etnias, uma iniciativa de três irmãs negras que, quando crianças, não se reconheciam nas bonecas loiras e de olhos azuis que enchiam as vitrines das lojas de brinquedos.
Assim como o rapaz do rádio e as irmãs negras, tem mães que, independente da cor da pele dos filhos, desejam ensiná-los desde cedo sobre diferenças, tolerância e respeito e acreditam que é importante essa convivência com bonecos que fogem ao padrão europeu dominante nesse segmento. Um padrão que dita conceitos e escancara o preconceito.
Não sei qual é a sua cor, nem o que você pensa sobre isso e muito menos se compraria uma boneca negra para dar de presente a uma criança, mas compartilho com você um vídeo que “pesquei” na Internet e que me encheu de tristeza: