terça-feira, 25 de outubro de 2011

É preciso começar a banir as raposas!


Nesta semana fiquei sabendo que uma pessoa muito querida e por quem tenho muito respeito e admiração deve sair candidata a vereadora em sua cidade nas eleições do ano que vem. Num primeiro momento, me surpreendi com a notícia, porque a gente está se acostumando a achar que a política é terreno restrito aos corruptos e que qualidades como honestidade, integridade e retidão não combinam com esse meio, onde gente séria não sobrevive e se vê obrigada a abandonar o barco antes de ser engolida pelo lamaçal. Mas – pensei em seguida – ela está certa, é isso mesmo que precisamos fazer, nos infiltrar no meio das raposas, para combatê-las.

Está na hora da gente de bem começar a ocupar espaço dentro da panela para iniciar o processo de mudança. A corrupção já consumiu dinheiro demais. Segundo a última edição da Revista Veja, a corrupção drena anualmente dos cofres públicos 85 bilhões de reais, o equivalente a 2,3 % de toda a riqueza produzida pelo país. E a revista dá uma ideia da dimensão dessa verba quando relaciona 10 alternativas para o uso desse dinheiro, entre as quais a erradicação da miséria no Brasil, que tiraria dessa condição 16 milhões de pessoas e ainda sobrariam 5 bilhões de reais, a construção de 36 mil quilômetros de estradas, ou de 28 mil escolas, ou de 33 mil unidades de pronto atendimento, ou de 1,5 milhão de casas populares, ou o custeio de 34 milhões de diárias de UTI...

Como se vê, temos motivos de sobra para nos indignar e para começar a varrer a praga da corrupção para fora do cenário. E estou começando a acreditar que ao invés de torcermos o nariz para a política, temos mais é que engrossar suas fileiras, influindo nas decisões partidárias e contribuindo para construir pilares novos, para que a política deixe de ser sinônimo de astúcia, de esperteza ou de maquiavelismo e se transforme num exercício de cidadania, pautada pela dignidade, pela ética e pela honradez.

domingo, 23 de outubro de 2011

Que fiasco!


Sábado, já pelo fim da manhã, levo mais de uma hora para percorrer um trecho que poderia ter consumido menos de 15 minutos. Algum acidente grave no caminho? Não, apenas uma cidade entupida de carros. Alguém me lembra mais tarde que é por causa das provas do ENEM. Que seja, mas cadê os fiscais de trânsito, os chamados Amarelinhos? Cadê a participação da polícia de trânsito? Cadê o DETRAN, que está reajustando suas taxas, em alguns casos em até 300 por cento, sob a argumentação de proporcionar um trânsito melhor? Sumiu todo mundo e ficamos nós, motoristas, à mercê do caos que se instalou na cidade.

No meio do engarrafamento, tentando me distrair com o rádio ligado, não pude deixar de prestar atenção nos contornos da avenida desbotada, com o mato invadindo muros e calçadas e o lixo se espalhando pelo chão.  “Ei, mas é esta a cidade da Copa de 2014?”, me perguntei de repente, sentindo o rosto corar de vergonha. Já estou antevendo: Que fiasco! 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mudando o lado de ver as coisas


Você já reparou como a gente tem tendência a olhar as coisas sempre pelo lado mais negativo? Se o dia está ensolarado, reclamamos do calor (quando poderíamos saborear o tempo bom); se a chuva chega de repente, reclamamos de sua inconveniência  (quando poderíamos nos alegrar com a terra molhada); se recebemos uma visita inesperada, nos incomodamos porque a casa não está em ordem (quando poderíamos festejar a amizade); a comida ruim nos desagrada porque nos deixa com fome, a comida boa, porque nos faz engordar; enfim...
Certo é que temos que combater essa tendência de focar sempre no avesso, no lado pior das coisas. A bem da nossa própria felicidade. Afinal, é preciso tirar o máximo de proveito da vida. E não tenho dúvidas de que isso requer uma certa habilidade em extrair o que há de melhor numa situação, por pior que ela seja. O que, convenhamos, não é nada fácil. Mas é possível. Mire-se nesse exemplo:

“Uma mulher acordou uma manhã, olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça. – Bom, ela disse, acho que vou trançar meus cabelos hoje. Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte, ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça. – Humm, ela disse, acho que vou partir meu cabelo no meio hoje. Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte, ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça. – Bem, ela disse, hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo. Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte, ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça. – Yeaa!, ela exclamou, não tenho que pentear meu cabelo hoje!”




sábado, 15 de outubro de 2011

Recruta Zero

Quem lembra dele? do Recruta Zero? E do Sargento Tainha? E do General Dureza? E do cozinheiro Cuca? Pois, para matar a saudade, uma seleção de tirinhas dessa divertida turma:












































sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Carta



Acredite: hoje eu escrevi uma carta. À moda antiga. Só faltou aquele papel de seda fininho, que de tão fininho fazia a tinta atravessar para o outro lado. E agora estou aqui pensando: será que ainda se escreve carta hoje em dia? Acho que tem gente que nem sabe o que é isso.

Em tempos de Twitter, Facebook, Orkut e outras ferramentas modernas de comunicação, escrever carta é uma coisa assim quase pré-histórica. Mas, em outros tempos, era uma coisa maravilhosa.

Portadora de boas e de más notícias, a carta levava dias, às vezes meses, para chegar a seu destino. Receber uma carta era uma emoção tamanha. E quando ela vinha salpicada de paixão?

No rádio, A Carta, na voz de Erasmo Carlos, fazia um tremendo sucesso:

Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas
Meu amor!
Porque veio a saudade
Visitar meu coração
Espero que desculpes
Os meus errinhos por favor
Nas frases desta carta
Que é uma prova de afeição...
Talvez tu não a leias
Mas quem sabe até darás
Resposta imediata
Me chamando de "Meu Bem"
Porém o que me importa
É confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida
Mais ninguém...
E para terminar
Amor assinarei
Do sempre, sempre teu...

Os tempos mudaram. As notícias, hoje, chegam em tempo real. E a caixinha de correspondência, tão charmosa em outros tempos, hoje é quase figurativa. Virou repositório de boletos de cobrança e de folhetos de propaganda.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dá de ti mesmo


Fazer pelo próximo é uma coisa que a gente sempre joga para o futuro, para quando os filhos crescerem, para quando nos aposentarmos, para quando reunirmos condições, para um dia, quem sabe... Esta mensagem diz exatamente o contrário. Que podemos auxiliar os outros desde já, com aquilo que já temos, um pouquinho que seja. Uma bela lição para colocarmos em prática imediatamente:

"Na tarefa que te propões realizar dentro daquilo em que crês, não esperes pela colaboração alheia, nem sempre encontrada. Dá de ti mesmo, do que sabes e do que és. Não aguardes recursos materiais que sobejem em tuas mãos, nem conhecimentos superiores que possam te envaidecer ou posições de destaque que te levem a crescer em orgulho.

Jesus não falou da viúva pobre que depositou no gazofilácio do templo, o que necessitava para a sua indigência?

O próprio Mestre não viveu aqui na Terra na maior pobreza? Mas, mesmo assim, agindo em função do amor sublime que lhe engrandecia a alma, soube socorrer, amparar, curar e esclarecer as criaturas e conduzi-las ao seu Reino de Amor.

Não te acredites, pois, incapacitado ou sem condições de auxiliar. Teus sonhos de grandes realizações são apenas desejos que não precisas colocar em prática. Basta que dês aquele pouquinho de ti mesmo, uma migalha de amor que seja, para que a dor alheia possa ser minimizada.

O pouco que sabes, divide com aqueles que sabem menos.

A fé que possuis, estende aos irmãos cuja descrença os leve a cansar de viver.

A esperança que acalentas, espalha às almas desiludidas e tristes que estejam ao teu redor.

Oferece a tua mão em auxílio fraterno, fazendo pelo outro aquilo que ele não esteja em condições de fazer.

Oferece os teus olhos que podem ver, em favor daqueles que perderam a visão.

Oferece os teus ouvidos para escutar as queixas e lamentações de irmãos que estejam sofrendo muito.

Oferece a tua palavra amiga para orientar,  consolar e esclarecer os que estejam sem rumo na vida, diante de dolorosas e aflitivas situações.

Esquece as tuas fraquezas e imperfeições naturais a todos os seres humanos, e não te julgues sem competência ou sem condições de poder realmente auxiliar. Se não podes dar daquilo com que sonhas, dá de ti mesmo, e a própria vida haverá de te recompensar, dando-te, de retorno, o que possa estar faltando para que vivas em paz com a tua consciência.

A seara do senhor é imensa; de toda parte surgem apelos daqueles que mendigam por um pouco de alento e de paz. Contudo, os ceifeiros são poucos. Sê tu, meu irmão, um deles, colaborando com Jesus na extensão do Seu Reino de Luz sobre a Terra".  

(Na Educação da Alma, de Lúcia Cominatto, pelo espírito Irmã Maria do Rosário)

domingo, 2 de outubro de 2011

Um campeão


Tenho um amiguinho, Carlos Flávio, que é bi-campeão brasileiro de Taekwondo. Ele tem 16 anos e é filho de uma amiga que acabei de reencontrar, depois de um longo tempo. Pois esse garoto integra a seleção brasileira que vai participar, daqui mais uns dias, do Panamericano Junior da modalidade, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Carlos Flávio treina desde os cinco anos de idade e é o primeiro medalhista mato-grossense de Taekwondo. Possui uma rotina apertada entre a escola, onde faz o primeiro ano, os treinos e as viagens. E ainda tem que se submeter a uma dieta constante para manter os 51 quilos exigidos, sacrificando uma das suas maiores paixões, que é o chocolate. Mas se tem uma coisa que não lhe falta é determinação. Isso confirmado pelo seu treinador que elogia o profissionalismo do garoto.

Para chegar até aqui, Carlos Flávio contou com o apoio incondicional dos pais. O pai moto-taxista e a mãe dona de casa, eventualmente cabeleireira quando a coisa aperta demais, “fazem das tripas coração” para bancar a atividade do filho que, embora os títulos conquistados, não recebe nem a Bolsa Atleta, nem nada.  Agora mesmo, para cumprir o cronograma que faz parte do Pan (treinamento em Londrina, no Paraná, aquisição do visto em São Paulo, e mesmo a viagem até o aeroporto de Guarulhos, ponto de embarque da seleção para Las Vegas, e as despesas de alimentação e hospedagem durante os jogos) o atleta está contando com a ajuda de pessoas amigas e familiares.

E é isso que me incomoda: a falta de apoio para um menino com esses valores, um menino que está na contramão dessa massa de garotos que anda perdida por aí, às voltas com drogas ou com bebidas, roubando, assaltando, matando, engrossando as fileiras da marginalidade.

Nós, enquanto sociedade, precisamos estimular essa garotada do bem e aplaudir seus esforços. Porque é gente desse naipe que faz a diferença na hora de se construir um mundo melhor.