Não tem quando a gente tá caminhando e alguém vem e enfia na sua frente um panfleto de propaganda, muitas vezes com você levando o maior susto? Ou quando você está parado no sinaleiro, vidro aberto, e vem uma mocinha e praticamente joga prá dentro do carro um monte de papel? Pois é, não sei se você já observou, mas eles, os entregadores de papel, jamais te dão um único folheto. Eles distribuem aos pares. Por um único motivo, imagino eu: cumprir a tarefa gastando a metade do tempo. Então, você já experimentou recusar? Pois é, sabia que a gente pode recusar? Afinal, receber um folheto ou não é uma opção sua. Pessoas certinhas como nós, que costumam fazer tudo direitinho, ficam constrangidas de rejeitar a oferta. E mais: ficam com pena dos entregadores, como se eles fossem alvo da caridade alheia. Por isso, nessa hora, pense que eles estão ali desenvolvendo um trabalho e vão ser pagos por isso. É um trabalho como qualquer outro. Então, que tal exercitar já esse seu direito? E vá além: desfrute da sensação de liberdade que este ato vai te proporcionar.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A maratona do diploma
Você conclui o curso superior, participa da formatura e daí vai embora com o diploma embaixo do braço, certo? Errado. Você conclui o curso superior, participa da formatura e daí a pegar o diploma é uma outra história.
Acompanhei bem de pertinho quando minha filha, meses depois de formada, foi buscar seu diploma na universidade. Eu disse buscar? Acho que seria melhor dizer “iniciar os procedimentos para pegar o diploma”.
A história começou num tal casarão, onde forneceram uma requisição e uma guia a ser paga no banco. A bem da verdade, tratava-se de uma cópia muito mal tirada de uma guia de pagamento, com o valor a ser pago preenchido a caneta(!).
Quitado o documento, ela – e eu junto – voltou ao casarão, onde lhe mandaram à biblioteca para bater um carimbo na requisição. Isso foi executado facilmente por um servidor. Da biblioteca, disseram-lhe para ir à CAE (Coordenação de Administração Escolar). No balcão de recepção, o atendente estava muito ocupado fazendo uma colagem numa folha de papel e, obviamente, precisávamos entender que ele não tinha como nos atender. Para nossa sorte, um outro rapaz, acomodado em uma mesa próxima, olhou para nós e, levantando o queixo assim como quem diz: “o que foi?”, nos animou a pedir-lhe ajuda.
– É sobre o diploma...
E ele nem deixou continuar:
– Diploma é lá – disse, indicando com o dedo para a frente, deixando-nos em dúvida quanto a em qual das portas entrar. Optamos pelo mais óbvio e seguimos um pequeno corredor orlado de prateleiras contendo muita papelada antiga.
Os dois homens que atendiam ali – um deles de meia-idade e o outro um pouco mais velho – combinavam com aquele ambiente meio cheirando a mofo. Um deles discutia com uma mulher porque ela não tinha a certidão de nascimento.
– Eu tenho Carteira de Identidade, CPF e Carteira de Motorista, o que dispensa apresentar a certidão – disse ela sem perder o bom-humor.
– Aqui precisa – explodiu o homem, num acesso de raiva. Nem por isso a mulher se incomodou e disse que voltaria, então, outra hora, trazendo a certidão de nascimento.
Minha filha apresentou os documentos, inclusive uma cópia da certidão de nascimento, e não demorou muito para que o outro homem lhe devolvesse a papelada dentro de uma pasta, com a recomendação de que entregasse tudo lá no Casarão.
Voltamos, então, ao Casarão, onde o atendente deu uma rápida olhada na pasta e, no computador, emitiu um recibo, que foi entregue junto com a observação: – Dentro de 60 a 90 dias pode procurar o diploma aqui.
Gente, pensei eu, ainda vai levar mais 90 dias para o diploma ficar pronto! E não tem como a gente não se perguntar: não seria obrigação da universidade liberar o diploma do aluno quando ele se forma? Não faz sentido voltar lá, pagar uma taxa, fazer uma maratona, aguentar o mau-humor de servidores descontentes e ainda ter aguardar um monte de tempo para estar com o diploma em mãos.
Mas, pensando bem, se fizesse dessa forma, como justificar a presença de todo esse povo que está lá batendo carimbo, exigindo certidões de nascimento, passando documento de mão em mão? E, decerto que tem mais valor um documento que leva 90 dias para ser feito.
PS: passados mais ou menos 30 dias da apresentação dos documentos, ligaram em casa avisando que estava faltando um documento: o título de eleitor. E agora, como será que fica o prazo de entrega? 60, 90 ou 120 dias?
Acompanhei bem de pertinho quando minha filha, meses depois de formada, foi buscar seu diploma na universidade. Eu disse buscar? Acho que seria melhor dizer “iniciar os procedimentos para pegar o diploma”.
A história começou num tal casarão, onde forneceram uma requisição e uma guia a ser paga no banco. A bem da verdade, tratava-se de uma cópia muito mal tirada de uma guia de pagamento, com o valor a ser pago preenchido a caneta(!).
Quitado o documento, ela – e eu junto – voltou ao casarão, onde lhe mandaram à biblioteca para bater um carimbo na requisição. Isso foi executado facilmente por um servidor. Da biblioteca, disseram-lhe para ir à CAE (Coordenação de Administração Escolar). No balcão de recepção, o atendente estava muito ocupado fazendo uma colagem numa folha de papel e, obviamente, precisávamos entender que ele não tinha como nos atender. Para nossa sorte, um outro rapaz, acomodado em uma mesa próxima, olhou para nós e, levantando o queixo assim como quem diz: “o que foi?”, nos animou a pedir-lhe ajuda.
– É sobre o diploma...
E ele nem deixou continuar:
– Diploma é lá – disse, indicando com o dedo para a frente, deixando-nos em dúvida quanto a em qual das portas entrar. Optamos pelo mais óbvio e seguimos um pequeno corredor orlado de prateleiras contendo muita papelada antiga.
Os dois homens que atendiam ali – um deles de meia-idade e o outro um pouco mais velho – combinavam com aquele ambiente meio cheirando a mofo. Um deles discutia com uma mulher porque ela não tinha a certidão de nascimento.
– Eu tenho Carteira de Identidade, CPF e Carteira de Motorista, o que dispensa apresentar a certidão – disse ela sem perder o bom-humor.
– Aqui precisa – explodiu o homem, num acesso de raiva. Nem por isso a mulher se incomodou e disse que voltaria, então, outra hora, trazendo a certidão de nascimento.
Minha filha apresentou os documentos, inclusive uma cópia da certidão de nascimento, e não demorou muito para que o outro homem lhe devolvesse a papelada dentro de uma pasta, com a recomendação de que entregasse tudo lá no Casarão.
Voltamos, então, ao Casarão, onde o atendente deu uma rápida olhada na pasta e, no computador, emitiu um recibo, que foi entregue junto com a observação: – Dentro de 60 a 90 dias pode procurar o diploma aqui.
Gente, pensei eu, ainda vai levar mais 90 dias para o diploma ficar pronto! E não tem como a gente não se perguntar: não seria obrigação da universidade liberar o diploma do aluno quando ele se forma? Não faz sentido voltar lá, pagar uma taxa, fazer uma maratona, aguentar o mau-humor de servidores descontentes e ainda ter aguardar um monte de tempo para estar com o diploma em mãos.
Mas, pensando bem, se fizesse dessa forma, como justificar a presença de todo esse povo que está lá batendo carimbo, exigindo certidões de nascimento, passando documento de mão em mão? E, decerto que tem mais valor um documento que leva 90 dias para ser feito.
PS: passados mais ou menos 30 dias da apresentação dos documentos, ligaram em casa avisando que estava faltando um documento: o título de eleitor. E agora, como será que fica o prazo de entrega? 60, 90 ou 120 dias?
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Socorro! A blitz levou o carro!
Parei na blitz e... o documento do carro estava vencido. O tenente não perdoou. “Só o tenente pode liberar”, insistia o soldado ou sei-lá-que-cargo tinha o policial responsável pelo preenchimento da guia de apreensão. De volta ao tenente e engolindo a vontade de mandar o cara prender ladrão, começando pelo meu bairro que tá “assim ó” de assalto, mais uma tentativa: “manera aí tenente, o carro tá cheio de serviço pra entregar”. E ele bem tranquilo, cheio de bons modos: “tem jeito não, se liberar o seu, tem que liberar os outros também”. E o carro foi embora com o guincho. E era sexta-feira, final de tarde. Pela frente, um longo fim de semana sem carro e um problemão para resolver na segunda-feira. Aliás, precisou de toda a manhã de segunda para pegar a guia da licença/ficar na fila para pagar/pegar a guia do guincho/ficar na fila para pagar/tirar cópia dos documentos/esperar o sistema baixar a licença/tirar cópia da licença/esperar o sistema baixar o pagamento do guincho/aguardar a liberação do veículo/procurar o veículo no pátio/retirar o veículo. Ufa! Apesar da raiva, uma lição: em 2009, vou pagar a licença que vence em setembro já no mês de janeiro.
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