domingo, 15 de agosto de 2010

Celular, esse intrometido!

Esqueci o celular no carro e fiquei mais ou menos uns 40 minutos longe dele. Quando me dei conta que estava sem ele, vivi um breve momento de quase terror. Mil pensamentos me assaltaram e me senti como se estivesse no deserto do Saara, sem a mínima condição de me comunicar. “E se acontecer alguma coisa em casa? E se o fulano me ligar? E se o sicrano precisar falar comigo? E se...?”.

Gente, eu estava apenas na rua, no centro da cidade e a caminho do banco. Quer dizer, em plena civilização, entre milhares de pessoas e com acesso fácil a qualquer meio de comunicação. Passado o pânico, refleti e concluí que estamos ficando reféns desse aparelhinho que às vezes mais atrapalha do que ajuda. São tantas as ligações indesejáveis! Tem gente que liga com tamanha urgência para te avisar de algo que você já sabia desde o dia anterior, quando não para antecipar uma preocupação que poderia ter ficado para o dia seguinte.

Eu já me peguei levando esse intrometido para o banheiro e não durmo sem antes conferir se ele está por perto. Aliás, ultimamente ando com dois aparelhos, um que está saindo de circulação e o novo. Como não passei a agenda inteira para o substituto, me sinto na obrigação de carregar os dois. Conheço pessoas que carregam três.

Que inferno é esse em que nos metemos? As pessoas da minha geração devem se lembrar que telefone era coisa de pouco uso, restrito a informar acontecimentos importantes. Quem tinha um em casa fazia a gentileza de emprestá-lo para a vizinhança inteira, que dele podia se valer principalmente para receber notícias de familiares distantes.

Hoje, ter um celular é praticamente uma obrigação. Quem não tem, é visto com reservas. É quase um estranho no ninho. É peça rara. Sei de poucas pessoas que não têm um celular e eu as invejo e admiro. Porque elas têm uma grande vantagem: estão livres de serem monitoradas 24 horas por dia.

4 comentários:

  1. E o pior é que isso é só o começo... Muito mais paranoia e controle estão por vir com câmeras, chips e etc.
    Porém, por outro lado, eles são bem vindos nas emergências. O ideal seria o uso com cautela. Mas aí já é outra história... Pois não depende do aparelho em si, mas do USO dele.

    Beijos!

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  2. O celular, a exemplo de outras tecnologias, foi muito bem vindo, e tem potencial de evolução muito rápida em tempo muito curto, principalmente integraçães multimídias. O problema não são as tecnologias e suas evoluções, são as pessoas que se apegam demasidamente, como se não existisse vida anterior. Cabe a nós achar o meio-termo.

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  3. Entendo que ele, e toda a tecnologia de portáteis, sejam um mal necessário. No entanto sinto falta de mais tecnologia pois, as pessoas estão ficando muito distantes, em se tratando de contato físico. Para compensar, é necessário uma comunicação mais tecnológica.

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  4. Eu já me vi assim também, refém do aparelho, porém na vez que mais me senti refém parei e refleti e vi que posso viver sem, já não me sinto tão refém, contudo ainda continuo carregando o dito cujo até para o banheiro...hehehe

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