A
fogueira era o principal ingrediente das nossas festas de São João, que, no Sul
do país, aconteciam sob um frio medonho, “frio de renguear cusco”, como se diz
por lá. Além de calor, a fogueira proporcionava claridade, dispensando a
instalação de muitas lâmpadas no campinho que servia de local para a festa.
Os
preparativos demoravam o dia inteiro, embora as bandeirinhas a gente
confeccionasse uns dias antes, usando papel de seda colorido e barbante para
prender. Elas, as bandeirinhas, ficavam lá tremulando, dependuradas de um lado
a outro do campinho, em várias voltas, garantindo o clima alegre e festivo.
Com
a ajuda das mães, cozinhávamos o pinhão, torrávamos o amendoim, assávamos a
batata doce. A pipoca era estourada na hora da festa e chegava fumegando. Por
causa do vinho, o quentão, cheirando à canela, fornecia um calorzinho especial
e tingia de vermelho nossas bochechas.
Numa
dessas ocasiões, depois de tudo arranjado no campinho, lá pelo final da tarde,
cada qual foi pra sua casa se preparar para voltar à noite, no horário
combinado para começar a festa. Mal chegamos em casa e alguém gritou que a
fogueira estava acesa. O que parecia um trote era real. Pois não é que o
Bugrão, como era conhecido o menino mais levado da redondeza, acendeu a
fogueira? Então, foi aquele atropelo,
com todo mundo correndo para o campinho. O jeito foi antecipar a festa. Para
aproveitar o calor da fogueira.
Nossa que memória!!! Realmente eram lindas as festas juninas e que friooo. Lembra que não dava para usar calça comprida? Como sobrevivemos???
ResponderExcluirEeeee... Texto bom de ler! Parabéns!
ResponderExcluirQue divertido, bons tempos de festas, causos, circo etc
ResponderExcluirQue texto bacana! =)
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