Uma propaganda me surpreendeu logo cedo: “duas
pós-graduação pelo preço de uma”.
É de fato surpreendente, pois até bem pouco tempo
cursar uma faculdade era coisa para poucos; uma pós-graduação, então, era para
mais poucos ainda.
Hoje, as ofertas de cursos se multiplicam e os preços
e condições de pagamento permitem a qualquer cidadão comum tirar seu diploma de
curso superior. E fazer sua pós-graduação. Com isso, ampliou-se o acesso, então
tão restrito, ao terceiro grau. O que, por um lado, é louvável, pois a educação
não precisa e nem deve ser restrita a uma elite. Mas, por outro, é lamentável, pois
a base do ensino, a escola fundamental, continua a produzir estudantes que mal
sabem ler e escrever. Estudantes que não conseguem fazer uma simples redação e
que – eu me pergunto – como são capazes de apresentar uma monografia ou
defender uma tese? (Mais estranho ainda: como conseguem aprovação para levar o
certificado para casa?).
O resultado disso a gente vê no mercado de trabalho,
com levas de graduados e pós-graduados trabalhando em áreas para as quais se
exige quando muito o segundo grau. São pessoas que, embora habilitadas por um
certificado, são incapazes de corresponder com tarefas que lhes exijam um pouco
mais de raciocínio, ou de conhecimento, ou de redação, ou mesmo o conteúdo do
curso que cursaram.
Não basta escancarar as portas do ensino de grau
superior. É preciso melhorar o ensino que vem antes. Porque vender cursos a
preço e como se fosse banana só é bom para encher os cofres de quem os realiza.
E para quem não pretende nada mais do que expor o diploma na parede.
Conheço pessoas com curso superior que cometem até 4 erros em uma mesma frase, conheço também pessoas que tiveram de omitir seu curso superior para conseguir emprego. Nem sempre depende do curso, mas as fuculdades ruinzinhas aqui chamam de Uniesquina. Tenho um conhecido que disse que a faculdade que ele cursou era ótima, mas o nível dos alunos era baixo demais, aí pra não perder a clientela eles tinham de baixar bastante o nível. Abraço e parabéns pelo post.
ResponderExcluirComo sempre, a base - a educação - poderia ser a solução pra tanta coisa errada por aí...
ResponderExcluirIsso é o que querem os governos anteriores e o atual, principalmente o atual. Povo que não sabe raciocinar não causa problema para políticos: vão às urnas e simplesmente votam achando que estão exercendo sua cidadania. Se a presidente manda mudar a língua pátria com a emissão de lei, o que nós esperamos do nosso governo?
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