Sempre tive a impressão que as mulheres gordas eram
mais felizes. Tive uma amiga que era o protótipo da felicidade sobre (ou sob)
seus 90/95 quilos mal distribuídos em seu um metro e meio de altura. Sem dó,
ela metia o corpanzil em saias e vestidos muito justos e não perdia a pose nem
dentro de um minúsculo maiô.
Feito ela, conheci outras mulheres de muito peso que
me pareciam muito mais felizes que muitas magras. A pele lustrosa e o sorriso invariavelmente
grudado no rosto reforçavam a minha teoria. Além, é claro, de terem atrás de si
companheiros que não pareciam resignados, mas antes entusiasmados com a “saúde”
da parceira. Intimamente, me perguntava se a razão dessa alegria meio que
permanente não se devia ao fato de poderem visitar a geladeira sem culpa e sem
medo de ser feliz.
Não que eu não fosse uma pessoa feliz por ser magra
nos tempos em que era magra. E no caso, era é uma conjugação bem adequada
para quem pulou de um peso médio de 58 quilos para 75/76 quilos.
Mas, cá pra nós, não encontrei ainda nenhuma vantagem
em ser gorda. O corpo mais pesado dificulta os movimentos. A preguiça aumentou.
A agilidade diminuiu. A sensação de ter uma circunferência maior não é boa. E,
quer saber? Eu preciso criar vergonha na cara e caprichar numa dieta. Mesmo
porque, minha consciência está gritando cada vez mais alto toda vez que abro a
geladeira.