terça-feira, 18 de junho de 2013

Sempre ela, a balança!


Sempre tive a impressão que as mulheres gordas eram mais felizes. Tive uma amiga que era o protótipo da felicidade sobre (ou sob) seus 90/95 quilos mal distribuídos em seu um metro e meio de altura. Sem dó, ela metia o corpanzil em saias e vestidos muito justos e não perdia a pose nem dentro de um minúsculo maiô.
Feito ela, conheci outras mulheres de muito peso que me pareciam muito mais felizes que muitas magras. A pele lustrosa e o sorriso invariavelmente grudado no rosto reforçavam a minha teoria. Além, é claro, de terem atrás de si companheiros que não pareciam resignados, mas antes entusiasmados com a “saúde” da parceira. Intimamente, me perguntava se a razão dessa alegria meio que permanente não se devia ao fato de poderem visitar a geladeira sem culpa e sem medo de ser feliz.
Não que eu não fosse uma pessoa feliz por ser magra nos tempos em que era magra. E no caso, era é uma conjugação bem adequada para quem pulou de um peso médio de 58 quilos para 75/76 quilos.
Mas, cá pra nós, não encontrei ainda nenhuma vantagem em ser gorda. O corpo mais pesado dificulta os movimentos. A preguiça aumentou. A agilidade diminuiu. A sensação de ter uma circunferência maior não é boa. E, quer saber? Eu preciso criar vergonha na cara e caprichar numa dieta. Mesmo porque, minha consciência está gritando cada vez mais alto toda vez que abro a geladeira.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Complicação pouca é bobagem


Acostumada a ser muito prática com as coisas, quando me divorciei, decidi manter o sobrenome Batista de casada. Por alguns motivos que me pareceram muito óbvios: 1 - simplificar, 2 - era conhecida na minha profissão por Loreci Batista e 3 - achei que seria legal para as meninas que a mãe tivesse o mesmo sobrenome delas. O que eu não sabia é que, ao contrário de facilitar, isso me traria tanta complicação.
O problema maior é que a minha identidade foi feita quando eu era muito jovem e não levei a frente nenhuma das tentativas de fazer um documento novo. Como o CPF e a habilitação carregavam o Batista, raramente precisava da identidade. Até porque a carteira de motorista virou um documento reconhecido em praticamente qualquer transação. Só que, vira e mexe, alguém cisma de exigir ou a identidade ou a certidão de casamento/divórcio.
Então, aconteceu um fato que complicou ainda mais o que já estava complicado: extraviei a certidão original; fiquei só com a cópia, geralmente recusada. Mas a coisa virou uma bagunça, mesmo, quando o DETRAN não aceitou renovar a carteira com o mesmo nome, e excluiu o meu Batista. E eu fiquei sem ter como confirmar que eu era eu. Um caos!
Não tinha jeito, precisava de uma nova identidade! Fui ao órgão competente fazer a solicitação, mas esqueci de um detalhe: faltava a certidão original. Apelei pra minha irmã, no Rio Grande do Sul, que conseguiu uma segunda via no cartório local e tão logo ela chegou, fiz o pedido de uma carteira de identidade novinha.
No dia combinado, fui buscar o documento e me informaram que ele havia sido impresso com erro. Pensei logo que se tratava do Demeneghi, frequentemente grafado errado, mas não, era o Batista que foi escrito Bastista. O simpático rapazinho que me atendeu disse que iam fazer a correção e marcou uma nova data para fazer a retirada.
Voltei hoje para buscar minha nova identidade, pronta para já sair dando um carteiraço. E não é que o erro continuava lá, mantido na nova impressão?
Ninguém me pediu desculpas, mas me prometeram fazer uma nova RG, certinha, sem erro e que até a semana que vem estará pronta. Que bom!, pensei, vou poder acertar a minha vida de cidadã, mas, por enquanto, fazendo eco ao refrão de Caetano, eu vou caminhando...
... sem lenço e sem documento!