quarta-feira, 12 de junho de 2013

Complicação pouca é bobagem


Acostumada a ser muito prática com as coisas, quando me divorciei, decidi manter o sobrenome Batista de casada. Por alguns motivos que me pareceram muito óbvios: 1 - simplificar, 2 - era conhecida na minha profissão por Loreci Batista e 3 - achei que seria legal para as meninas que a mãe tivesse o mesmo sobrenome delas. O que eu não sabia é que, ao contrário de facilitar, isso me traria tanta complicação.
O problema maior é que a minha identidade foi feita quando eu era muito jovem e não levei a frente nenhuma das tentativas de fazer um documento novo. Como o CPF e a habilitação carregavam o Batista, raramente precisava da identidade. Até porque a carteira de motorista virou um documento reconhecido em praticamente qualquer transação. Só que, vira e mexe, alguém cisma de exigir ou a identidade ou a certidão de casamento/divórcio.
Então, aconteceu um fato que complicou ainda mais o que já estava complicado: extraviei a certidão original; fiquei só com a cópia, geralmente recusada. Mas a coisa virou uma bagunça, mesmo, quando o DETRAN não aceitou renovar a carteira com o mesmo nome, e excluiu o meu Batista. E eu fiquei sem ter como confirmar que eu era eu. Um caos!
Não tinha jeito, precisava de uma nova identidade! Fui ao órgão competente fazer a solicitação, mas esqueci de um detalhe: faltava a certidão original. Apelei pra minha irmã, no Rio Grande do Sul, que conseguiu uma segunda via no cartório local e tão logo ela chegou, fiz o pedido de uma carteira de identidade novinha.
No dia combinado, fui buscar o documento e me informaram que ele havia sido impresso com erro. Pensei logo que se tratava do Demeneghi, frequentemente grafado errado, mas não, era o Batista que foi escrito Bastista. O simpático rapazinho que me atendeu disse que iam fazer a correção e marcou uma nova data para fazer a retirada.
Voltei hoje para buscar minha nova identidade, pronta para já sair dando um carteiraço. E não é que o erro continuava lá, mantido na nova impressão?
Ninguém me pediu desculpas, mas me prometeram fazer uma nova RG, certinha, sem erro e que até a semana que vem estará pronta. Que bom!, pensei, vou poder acertar a minha vida de cidadã, mas, por enquanto, fazendo eco ao refrão de Caetano, eu vou caminhando...
... sem lenço e sem documento!


5 comentários:

  1. Interessante essa coisa de "buscar minha nova identidade", né? hehe
    Adorei o texto! O desenho também está lindo!

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  2. Menina, que loucura, isso é funcionalismo público. Seu RG vai ou não vai. Ká, k,k,k.

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  3. Olha eu aqui de novo, meu blog biblioteca viva, livrosforadaestante. Adorei o texto, espero que o RG saia dessa vez. Lariane

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    1. Pois saiba, Lariane, que fui novamente pegar o documento e ele continuava com o mesmo erro. Me pediram para ir à Politec fazer a correção e que ficaria pronto na hora. Obviamente que não foi bem assim. Devo retornar outro dia para pegar.

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  4. Fazer o que né, o jeito é seguir, sem lenço e sem documento... A vida de tão desgraçadamente engraçada (e ainda assim cotidianíssima) parece as vezes uma crônica do Sabino, quase do Veríssimo.

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