Acostumada a ser muito prática com as coisas, quando
me divorciei, decidi manter o sobrenome Batista de casada. Por alguns motivos
que me pareceram muito óbvios: 1 - simplificar, 2 - era conhecida na minha
profissão por Loreci Batista e 3 - achei que seria legal para as meninas que a
mãe tivesse o mesmo sobrenome delas. O que eu não sabia é que, ao contrário de
facilitar, isso me traria tanta complicação.
O problema maior é que a minha identidade foi feita
quando eu era muito jovem e não levei a frente nenhuma das tentativas de fazer
um documento novo. Como o CPF e a habilitação carregavam o Batista, raramente
precisava da identidade. Até porque a carteira de motorista virou um documento
reconhecido em praticamente qualquer transação. Só que, vira e mexe, alguém cisma
de exigir ou a identidade ou a certidão de casamento/divórcio.
Então, aconteceu um fato que complicou ainda mais o que
já estava complicado: extraviei a certidão original; fiquei só com a cópia,
geralmente recusada. Mas a coisa virou uma bagunça, mesmo, quando o DETRAN não
aceitou renovar a carteira com o mesmo nome, e excluiu o meu Batista. E eu
fiquei sem ter como confirmar que eu era eu. Um caos!
Não tinha jeito, precisava de uma nova identidade!
Fui ao órgão competente fazer a solicitação, mas esqueci de um detalhe: faltava
a certidão original. Apelei pra minha irmã, no Rio Grande do Sul, que conseguiu
uma segunda via no cartório local e tão logo ela chegou, fiz o pedido de uma
carteira de identidade novinha.
No dia combinado, fui buscar o documento e me
informaram que ele havia sido impresso com erro. Pensei logo que se tratava do
Demeneghi, frequentemente grafado errado, mas não, era o Batista que foi
escrito Bastista. O simpático rapazinho que me atendeu disse que iam fazer a
correção e marcou uma nova data para fazer a retirada.
Voltei hoje para buscar minha nova identidade, pronta
para já sair dando um carteiraço. E não é que o erro continuava lá, mantido na
nova impressão?
Ninguém me pediu desculpas, mas me prometeram fazer uma
nova RG, certinha, sem erro e que até a semana que vem estará pronta. Que bom!,
pensei, vou poder acertar a minha vida de cidadã, mas, por enquanto, fazendo eco
ao refrão de Caetano, eu vou caminhando...
... sem lenço e sem documento!
Interessante essa coisa de "buscar minha nova identidade", né? hehe
ResponderExcluirAdorei o texto! O desenho também está lindo!
Menina, que loucura, isso é funcionalismo público. Seu RG vai ou não vai. Ká, k,k,k.
ResponderExcluirOlha eu aqui de novo, meu blog biblioteca viva, livrosforadaestante. Adorei o texto, espero que o RG saia dessa vez. Lariane
ResponderExcluirPois saiba, Lariane, que fui novamente pegar o documento e ele continuava com o mesmo erro. Me pediram para ir à Politec fazer a correção e que ficaria pronto na hora. Obviamente que não foi bem assim. Devo retornar outro dia para pegar.
ExcluirFazer o que né, o jeito é seguir, sem lenço e sem documento... A vida de tão desgraçadamente engraçada (e ainda assim cotidianíssima) parece as vezes uma crônica do Sabino, quase do Veríssimo.
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