terça-feira, 1 de novembro de 2011

Jogo de empurra


Uma professora de uma escola particular comentou comigo do seu stress por conta das dificuldades que enfrenta diariamente na administração da sala de aula. Ela assumiu uma turma extremamente bagunceira e indisciplinada e precisa frear seus impulsos de corrigi-la, sob pena de afugentar alunos que, caso se sintam incomodados, podem fazer com que seus pais os troquem de escola. E a pressão, nesse caso, vem da direção da escola, que não admite perder alunos, por piores que sejam, para não reduzir a arrecadação. Porque em escolas desse tipo, um aluno vale tanto quanto paga e pouco importam os resultados de seu aprendizado, desde que não afete o caixa da escola.

Segundo essa professora, o maior desafio dos professores em sala é conviver com alunos cujos pais não deram, não dão e nunca darão educação nenhuma para seus filhos e conferem à escola a responsabilidade de corrigir o estrago. Porém, não aceitam cobranças sobre seus mal educados filhos e ameaçam os professores, sobre quem descontam sua incompetência. Ameaçados pelos pais e pressionados pela direção da escola, os professores pouco podem fazer.

E nesse jogo de empurra, sobram crianças e jovens sem noção de valores como respeito, justiça e honestidade e que vão responder com prepotência, com arrogância, com egoísmo, com violência, com crueldade e com indiferença. Quando poderiam usar da compreensão, da humildade, da generosidade, da doçura, da bondade e da compaixão, valores dos quais a sociedade está tão carente.

3 comentários:

  1. É tão triste ver isso acontecer com um tema que deveria ser o mais importante de todos: a educação. Esse é o real caminho da mudança.

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  2. Quando é que os professores irão brilhar em seu papéis verdadeiros de HERÓIS?
    E quando é que os valores deixarão de ser raridade para ser prioridade?

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  3. Extrapolando para cursos ditos superiores, o que tenho visto são alunos, em sua maioria, carentes de tudo, principalmente de carinho. Este é o combustível da violência, da perversão, das drogas, do desamor em geral e, quem está em contato mais de perto com eles, são os professores que nada podem fazer de forma definitiva pois, os alunos já foram deformados no seio de seu próprio lar, pela falta conjunta dos pais.

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