Essa história aconteceu quando eu era uma jovem recém
formada e trabalhava numa rádio na minha cidade, onde a equipe era basicamente
masculina e nenhum dos homens possuía curso superior. Além de mim, havia uma
outra jornalista que se revezava comigo na função de rádio-escuta, que
consistia em ouvir e reescrever notícias veiculadas nas grandes emissoras. Nós
duas trabalhávamos isoladas, ela no período da manhã, eu no período da tarde,
em uma salinha de onde saíamos apenas para entregar os noticiários aos
locutores.
Certa ocasião, fui prestigiar uma programação
esportiva que havia trazido à cidade um astro do esporte e que mereceu
cobertura completa da rádio. Como eu já conhecia o cara, por ter feito uma
entrevista com ele naquele dia para o jornal onde era repórter, os locutores me
pediram para entrevistá-lo ao vivo. Enquanto eu fazia a entrevista, o dono da
rádio chegou ao local e acompanhou a matéria. Então, ele me cobriu de elogios e
disse aos locutores que queria me ver mais vezes fazendo isso. “Tem que abrir
mais o microfone para essa guria”, recomendou.
Eles fizeram exatamente o contrário: nunca mais me
deixaram chegar perto do microfone.
Que coisa, hein? Tanta gente age assim. Vê outro se dando bem e fica com medo de perder o lugar.
ResponderExcluirAh, ficou uma graça a imagem!
Que sacanagem! Não é a toa que vc tirou o time de lá, então. ()
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