Uma vez, um amigo me perguntou se eu havia observado
que o carro dele e o meu eram os mais velhos no pátio da empresa em que
trabalhávamos. De fato eu não havia me dado conta disso, mas também não me
incomodei nem um pouquinho porque, embora rodando com um
carrinho já meio passado do ponto, minha geladeira estava cheia, minhas filhas
estudavam em escola particular e eu dormia com o ar condicionado ligado. Não
era o caso de todos os proprietários de veículos novos daquele local, mas eu
sabia que uma boa parte deles comia mal, vivia mal e andava sempre com a corda
no pescoço, sem um tostão no bolso. Quando não tinha que deixar o carro em casa
por falta de combustível ou documentação em dia.
E continuo vendo muito disso por aí, gente que vive
de aparências, que prefere andar no auge da moda ou desfilando grifes fora do
alcance dos seus recursos ou ostentando coisas que seu salário não paga,
enquanto se ressente de conforto e qualidade de vida para si e para a família.
Pra mim, por exemplo, conforto é sinônimo de ar
condicionado, chuveiro quente, comida farta, casa que não chove dentro,
combustível para ir e vir, boa educação, entre outras coisas que auxiliam as
pessoas a ter uma boa noite de sono, a manter a saúde e a promover bem estar e
desenvolvimento.
É claro que isso tudo tem muito a ver com as
prioridades que cada qual estabelece para si, mas essa história me lembra muito
aquilo que se diz do camarada que come sardinha e arrota camarão.
Adorei!! Clap clap clap!!
ResponderExcluirLembrei de algo que uma amiga leu num adesivo de carro outro dia: "É fusca mas tá pago".
Que verdade, Loreci! Tem muita gente assim, vivendo das aparências. E concordo contigo quanto ao que é conforto. Parabéns pelo texto, mandando muito bem! Bjão!
ResponderExcluirSinto pena quando identifico este tipo de situação, gente morando de aluguel e com carro de 70, 80 mil é relativamente comum no meu bairro. Lamentável inversão de valores.
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