terça-feira, 29 de maio de 2012

Contra o mau humor



Todos nós temos os nossos dias ruins. Dias em que acordamos de mal com o mundo, olhando tudo pelo avesso e achando que a vida ficou cor de cinza. Às vezes, a gente melhora e consegue, por vontade própria ou por motivos alheios, dar uma guinada e, com sorte, umas boas risadas. Noutras vezes, só uma boa noite de sono traz de volta o colorido de um dia cheio de vida.

Nessas ocasiões, é preciso ter o bom senso de não descarregar sobre os ombros dos outros a carga do nosso dia ruim. Sim, porque tem pessoas que são demasiadamente influenciadas em suas ações pelo modo como acordam. Ou seja, se acordam bem, são capazes das maiores gentilezas, se desmancham em simpatia, aprovam tudo que lhes cai às mãos, são excessivamente solidárias e parecem compreender todos os problemas do mundo. Se acordam mal, entretanto, a vida vira um inferno. Para elas e para quem está perto delas.

O problema é quando essas pessoas são juízes, enfermeiros, professores, chefes... O mau humor pode interferir negativamente em seus atos, contribuindo para condenar inocentes, trocar a medicação de pacientes, deseducar os alunos, demitir funcionários, enfim, espalhar o caos ao seu redor.

E se assim for, que eles se permitam fazer aquilo que todos nós temos vontade de fazer quando acordamos num dia ruim: voltar para a cama. De onde, num dia ruim, jamais deveríamos sair.

Assistir um vídeo como esse que garimpei na Internet também ajuda a, pelo menos, arrancar uma boa gargalhada:


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Faces da Sustentabilidade



Se tem uma coisa que meus parentes que moram do Sul estranham muito quando chegam em Cuiabá é a falta de um sistema de coleta seletiva. Eles estão acostumados a separar o lixo do que eles chamam de lixo que não é lixo. Essa separação começa na cozinha das casas e termina na rua, onde o recolhimento é feito em separado e em dias alternados.

Embora ainda não se tenha um sistema como esse por aqui, muita gente vive de recolher latinha, papelão, garrafa PET. Alguns não chegam a depender totalmente dessa atividade, mas fazem dela uma alternativa para reforçar o orçamento doméstico.

Essa turma não costuma dormir no ponto e desde cedo é vista palmilhando as ruas e metendo a mão no lixo dos outros. Eles têm muita prática e conseguem, através do tato, identificar no conteúdo dos sacos, o que lhes interessa. Nem por isso estão livres do contato com todo tipo de sujeira, cacos de vidro e outros objetos cortantes.

Aqui em casa já nos habituamos a separar alguns itens, como latas, garrafas PET, vidro, papelão e embalagens Tetra Pak, que são armazenados e depois repassados para os catadores, o que facilita o trabalho deles. Os materiais que eles não recolhem, são levados para os coletadores instalados nos supermercados.

Isso é quase nada diante dos problemas ambientais que ameaçam o planeta, mas já é um começo. E é tão básico quanto simples de executar!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sou louca por chocolate!


Eu gosto de chocolate ao leite, com flocos, com nozes, com amêndoas, com amendoim, com pimenta, com licor, com morango... Pode ser em formato de flor, de cubo, de ovo, de coelho, de gota, de coração, de moeda, em barrinha, em barrona...

Também adoro chocolate na cobertura de tortas, em cremes, em mousses, em pavês, em suflés, em bombons, em bombas, em brigadeiros, em brownie, em cupcakes, em mil-folhas, em petit gateau, em rocambole, em pizza, em sorvete, em picolé...

Chocolate, pra mim, combina com tudo, com domingo, com dia frio, com dia chuvoso, com qualquer dia, com cinema, com amigos, com gente grande, com gente pequena, com café, com movimento, com ociosidade...

Desse jeito, não acho jeito de viver sem chocolate. Sempre tem um chocolate guardado na geladeira, no armário, na gaveta.  E quando acontece do chocolate acabar, não tem outro jeito senão improvisar.

Essa receitinha que vou compartilhar aqui é genial: retire o miolo de um pão francês, preencha com banana em fatias, complete com Nutela, leve à tostadeira por alguns minutos e... bom apetite!

sábado, 12 de maio de 2012

Minha Mãe



Se minha mãe ainda estivesse aqui entre nós, com certeza, embora seus 86 anos, estaria caminhando comigo no parque, se encantando com a evolução tecnológica, jogando videogame, tirando mil proveitos da Internet, quem sabe fazendo um curso superior,  e muito provavelmente teria seu próprio blog.

Minha mãe era uma vanguardista de costumes. Num tempo em que as moças, quando muito, faziam o curso Normal e se tornavam normalistas, o que as habilitava a dar aulas, ela nos estimulou a fazer faculdade. “Mulher tem que ter profissão”, dizia, “que é para se preparar para a vida e para o caso do casamento não dar certo”.

Numa época em que os homens decidiam em quem as mulheres deveriam votar, minha mãe fez uma rebelião silenciosa e votou em outro candidato. Ironicamente, a urna apurou um único voto para o candidato do meu pai naquela seção e ele acabou descobrindo a arte dela. Ríamos muito sempre que ela contava esse fato.

A gente tinha mãe pra tudo, pra fazer pastel, cuca e rabanada, pra acobertar uma ida à boate com os amigos, pra dar um dinheirinho por fora, pra aconselhar, pra entender, pra sofrer junto com as desilusões, pra deixar dormir até mais tarde, pra deixar a gente viver intensamente todas as fases da vida.

Sim, Dona Othília era uma mãe de verdade, para nós, seus filhos, e para um montão de gente que seu coração acolheu, gente que, como eu, tem muita, muita saudade.

Ah, e eu já ia esquecendo de dizer que ela é a minha maior inspiração, como mãe e como pessoa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Haja paciência!



Não é à toa que o trânsito está cada vez mais congestionado. Caminhando pelo meu bairro, tenho observado que as garagens das casas não abrigam mais um carro, e sim dois, pelo menos, quando não três, quatro ou cinco. Aliás, os carros já não ficam mais todos na garagem, pois elas se tornaram insuficientes para isso. Então, eles são acomodados da melhor maneira possível, em fila, sobre os canteiros do jardim, em diagonal, rente ao muro, eventualmente atravancando os caminhos e dificultando a passagem das pessoas.

Teve uma época em que havia um carro para cada família que pudesse comprar um automóvel. Hoje, cada membro da família quer ter o seu. O que é ótimo para garantir liberdade de deslocamento, principalmente numa cidade como a nossa, onde o transporte público é vergonhoso e só opta por ele quem não tem alternativa.

Por outro lado, a cidade não está suportando esse aumento contínuo da frota. O trânsito está explodindo. Estamos ficando cada vez mais tempo nas ruas e avenidas. Cada vez mais sujeitos ao risco de acidentes. Cada vez mais impacientes. Cada vez mais nervosos. Cada vez mais irritados.

E para complicar, estamos vivendo uma fase de obras, as tais obras da Copa, que implicam em novos desafios para os motoristas. Que elas sejam rápidas e eficientes e que tragam, além de um pouco de modernidade para uma cidade carente de soluções nesse campo, alívio para os condutores de veículos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Quem “aviza” inimigo é




Uma manhã dessas fui surpreendida com um aviso pregado com cola no muro de casa. Com facilidade, já que se tratava de cola lavável, daquele tipo que até as crianças usam, descolei o papel e o conteúdo da mensagem me surpreendeu ainda mais. Tratava-se de uma campanha de difamação contra uma pessoa, um tal de Madson, que mora no bairro vizinho.

O autor das mensagens, se frequentou a escola, passou longe das aulas de Português. Segundo ele, o seu desafeto morra perto do auberge, tem cazo com o Paulo e a mãe se xama Fernanda. Ele aviza que o rapaz também está se prostoituindo por dinheiro, mexendo com drogas e é bom tomar cuidado porque ele tamboen roba.

Dois dias depois, uma nova mensagem. O texto era semelhante ao da primeira, com os mesmos erros de português e no mesmo formato, uma tira de papel tipo Xamex recortada com tesoura. Ao que parece, o texto foi digitado, copiado e colado várias vezes na página e depois fotocopiado. E já não estava grudado só no muro da minha casa, mas também no dos vizinhos.

Pobre Madson, se essa campanha continuar, ele não vai escapar de ficar defamado. Quanto ao defamador, ah, esse vai ter que voltar pra escola.