Não
costumo me apegar às orações prontas, com exceção, é claro, do Pai Nosso, que,
para mim, é a maior representação de Jesus Cristo e que nunca consigo pronunciar
por inteiro sem embargar a voz. Eu sempre achei que Deus prefere nos ouvir assim
meio no improviso, com toda a simplicidade e espontaneidade que o nosso coração
é capaz de se manifestar. Mas tem uma prece em particular que eu acho que
reflete muito bem o que deveríamos contemplar em nossas orações: Prece por Luz,
de Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier:
Senhor!...
Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas conseqüências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus propósitos.
Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos
próprios desejos, mas, sobretudo, para que aprendamos a saber quais os planos
que traçaste a nosso respeito.
Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de
ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje,
aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.
Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos
semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso
alcance.
Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.
Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.
Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.
Senhor!...
Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.
Assim seja.