Ano Novo é sempre Ano Novo. As esperanças se renovam. As expectativas
se redobram. É como se a gente ingressasse num mundo novo. É uma coisa assim
quase palpável. É como se ali no fim do ano tivesse uma porta que se fecha no
dia 31 e se abre no dia 1º como um amanhecer cheio de luz. E, atrás da porta,
aguardando a nossa passagem, uma imensidão de potes coloridos, contendo cada
qual os nossos desejos, dos mais singelos aos mais ardentes: boa saúde, sucesso
profissional, projetos bem sucedidos, emprego novo, carro do ano, casa própria,
mais dinheiro, harmonia no lar, um filho, um novo amor, uma grande paixão...
Só que, mal a porta se abre, a rotina se instala novamente, e os
desejos – senão todos, a maior parte deles – são devolvidos ao pote e engavetados
para o ano seguinte.
Mas, isso pouco importa diante da intensidade desse período de festas,
que nos enche de alegria e nos remete a uma temporada de boas vibrações. Uma temporada
de férias aos maus pensamentos, às preocupações, às energias negativas.
E vamos combinar, que isso faz um bem danado ao coração, ah faz.
Que se abra, pois, a porta e que ela nos revele, de imediato, um mundo
novo. Um mundo sem tantas fronteiras. Um mundo em que as pessoas se mantenham “acima
da cobiça, do ódio e da brutalidade” (Charles Chaplin). Um mundo mais fraterno. Um mundo mais
humano. Um mundo infinitamente melhor para se viver.