domingo, 5 de abril de 2009

Ah... os ovinhos de páscoa!


        Uma das melhores lembranças que tenho da infância é de quando via minha mãe, já tarde da noite, preparando o amendoim para rechear os ovos de galinha coloridos que iam encher as nossas cestas de páscoa.
 Os ovos começavam a ser guardados muito tempo antes, a cada omelete, bolo ou pudim que era feito em casa. Quebrava-se o ovo em uma das extremidades, com o cuidado de deixar o furo com o menor tamanho possível, suficiente apenas para retirar lá de dentro a gema e a clara. As casquinhas iam sendo guardadas em uma cesta e depois eram tingidas com papel de seda colorido. No sábado à noite, eram recheadas com a tradicional carapinha, uma mistura feita com amendoim, açúcar e água, e tampadas com papel colorido. Então, eram colocadas nas cestinhas, caixas de papelão recobertas de franjas feitas de papel de seda, e escondidas para serem procuradas no domingo de páscoa.
A gente demorava a descobrir que não era o coelhinho da páscoa que escondia a cesta.
Durante algum tempo mantive essa tradição em minha casa, quando minhas meninas eram pequenas. Logo, elas assumiram uma parte do serviço: a pintura das casquinhas. Já não mais com papel de seda colorido e sim com tinha guache. E essas ocasiões se transformavam em uma festa. Hoje, as mamães não fazem mais casquinhas coloridas, nem cestinhas de papel de seda. Elas vão ao supermercado e compram um ovo de chocolate. E pronto!
Mas que a páscoa tinha um outro sabor, lá isso tinha!