domingo, 14 de junho de 2009

Com a alma lavada


Quantos de nós já não se perguntaram se vale a pena seguir trilhando o caminho certo, mantendo valores como a honestidade, o respeito, a generosidade, a responsabilidade e a integridade? Quantos de nós já não se viram humilhados por serem íntegros, já não sentiram vergonha de serem honestos, já não se viram cansados de perseguir valores que parecem em extinção? Quantos de nós já não tiveram vontade de romper com isso tudo e enveredar por outra trilha? Respondendo por mim, posso garantir que por muitas ocasiões me deparei com esse dilema. E não fosse esses valores estarem profundamente enraizados, talvez já tivesse cedido ao apelo para mudar o rumo. Portanto, foi com muita euforia – e até um pouco de alívio - que me deparei nesta semana com um artigo do consultor Luiz Marins em que ele aborda justamente isso: “um dos maiores desafios das pessoas que desejam pautar sua vida pela retidão, pela honestidade, pela lealdade, é encontrar a motivação para se manter no caminho certo. O aparente sucesso e a falsa felicidade das pessoas de valores morais e éticos duvidosos, muitas vezes faz com que as pessoas de bem questionem o valor de sua opção pela retidão, pela honestidade, pelos bons princípios”. Como pessoa de bem, é exatamente assim que me vejo. O professor Marins conseguiu exprimir isso muito bem e seu pensamento vem acrescido de um conforto que serve para todos nós que queremos nos manter no caminho certo: “é preciso acreditar que o sucesso e a felicidade dessas pessoas são apenas aparentes. Elas sabem o inferno em que vivem, se escondendo das pessoas de bem e eternamente amedrontadas de serem um dia descobertas em suas desonestidades. São pessoas sem paz de espírito com aparência de seguras e felizes. Podem ter muitos bens materiais, mas só elas sabem como essa riqueza foi conseguida e essa verdade não as deixa em paz”. A receita vem logo em seguida: “para se manter no barco da retidão é preciso alimentar o espírito e a mente com constância e perseverança. É preciso acreditar em algo superior. É preciso ser forte. Assim, veja com quem anda, com quem conversa, o que lê, onde vai. Para se manter no rumo certo, é preciso pegar o caminho do bem”. Estou revigorada! E com a alma lavada!

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Valores Invertidos


Estampada sobre uma foto na capa do jornal, a chamada Adolescente morre com 4 tiros nas costas. E a legenda completa: Menor de 15 anos não teve chance após assalto. E a gente já fica imaginando a tragédia: “será que ele reagiu? Será que ele foi defender alguém?”. Só que, ao ler a matéria, somos informados de que o adolescente é o próprio assaltante. Ele e outros três jovens assaltavam um mercado, cujo dono reagiu e atirou, atingindo o garoto. O jornal chama a isso de execução. Afinal, o “anjinho” usava uma arma de brinquedo. A mãe do rapaz, ouvida pelo jornal, diz que essa foi a quarta vez em que ele se envolveu em um assalto. Mas, o jornal insiste em maquiar o episódio, tanto que identifica o dono do mercado como “vulgo” fulano. Do meu ponto de observação, como profissional, como mãe, como membro da comunidade e, principalmente, como ser humano, vejo o episódio com muita tristeza. E, na minha concepção, nada explica essa postura de um veículo de comunicação senão a inversão de valores tão comum nos dias atuais, que transforma bandidos em coitadinhos e suas vítimas em algozes. Uma realidade que coloca em dúvida valores de uma vida inteira, valores que nos foram transmitidos por pais zelosos e que hoje temos medo de assumir publicamente para não sermos taxados de trouxas. Sim, porque ser honesto no Brasil está ficando cada dia mais demodé.