terça-feira, 26 de agosto de 2014

Pague ou morra... de raiva!


Por conta de uma transferência de titularidade, não recebi a fatura e, por um descuido, não fiz o pagamento da conta da Sky. Sem medo de cometer exagero, me senti caçada feito um animal, ou mesmo um bandido que cometeu uma atrocidade. Em menos de 20 minutos recebi cobrança por e-mail, por telefone, por mensagem no celular e pela tela da televisão.
Fiquei com medo de sair à sacada e me deparar com um balão sobrevoando o prédio onde moro com a mensagem padrão: “Senhora Loreci, não identificamos o pagamento da sua fatura. Regularize seu pagamento sob pena de perder o sinal”.
Na porta da rua, recuei. – E se a polícia federal está me aguardando do lado de fora do portão? – pensei e minha imaginação até construiu uma barricada de artilharia pesada do outro lado da rua. A essas alturas eu já estava em pânico e com medo até de sair do lugar. Mas reagi, respirei fundo e providenciei o pagamento imediatamente.
Parece brincadeira, mas não é. Na verdade, é muito sério isso. É uma forma tão intimidadora de cobrança que dá até raiva. Aliás, acho que a gente paga, mesmo, é de raiva.
Essa história me remeteu a uma outra, quando tive a infeliz ideia de financiar um veículo para outra pessoa. Junto com o financiamento, assumi uma parcela extra de raiva todo mês. O indivíduo não pagava a fatura e quem era cobrada era eu. Passava a maior parte do mês recebendo ligações em casa, no trabalho, na casa dos outros, quando não, sendo incluída no cadastro do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Essa situação vexatória se prolongou por vários meses, até o veículo ser quitado, porque a pessoa em questão não conseguia transferi-lo para seu nome, por motivos óbvios.
E chego à conclusão agora que provavelmente é para esse tipo de mau pagador que a estratégia de cobrança da Sky é dirigida, embora eu duvide de sua eficácia, porque ela intimida gente como eu, que paga suas contas em dia. Caloteiros do tipo desse meu amigo não se amedrontam nem se alvoroçam quando cobrados. No máximo, caso se sintam constrangidos, processam os autores da cobrança e reclamam danos morais.