quinta-feira, 28 de março de 2013

A Lulu e eu



Dia desses, aterrissou aqui em casa uma Luluzinha, um dos gibis que marcaram a minha infância e a dos meus irmãos. E eu me deliciei com as singelas historinhas da menininha de cabelos cacheados que se envolve em atrapalhadas aventuras junto com o Bolinha, a Aninha, o Carequinha, o Alvinho e outros personagens da turma. Apesar de já existir na versão jovem, onde as mudanças são radicais, a revista Luluzinha tradicional mantém as características dos personagens, a simplicidade dos cenários e a ingenuidade dos enredos que nos encantavam e divertiam.
A minha história com os gibis vai de muito tempo. Do tempo em que os meninos iam ao cinema aos domingos e aproveitavam para trocar as revistinhas. Tenho três irmãos; portanto, lá em casa eram três meninos trocando gibis no cinema todos os domingos. Então, sobrava revistinha para nós, meninas, nos fartarmos de ler.
Teve até um episódio em que decidimos ficar ricos vendendo revistas em quadrinhos. Algumas caixas de sabão para fazer o balcão e estava montada a loja que durou apenas um dia e que só não teve prejuízo total porque uma vizinha, solidária a nossa tristeza, comprou uns dois ou três exemplares.
Adulta já, o gibi virou terapia, um doce intervalo a restituir tranquilidade após jornadas de trabalho desgastante.
Minhas filhas foram apresentadas aos quadrinhos desde muito cedo, bem antes de lerem por sua própria conta. Elas cresceram em meio a pilhas de Chico Bento, Mônica, Cebolinha, Zé Carioca, Pato Donald, Recruta Zero... E, tal qual a mãe, tomaram tanto gosto que se tem uma coisa que não falta aqui em casa é uma boa quantidade de gibis.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Educação Nota Zero



Fui surpreendida esta semana por uma péssima notícia: redações que obtiveram nota máxima no Exame Nacional do Ensino Médio apresentaram graves erros de português. Palavras escritas com erros de grafia como "rasoável", "enchergar" e "trousse" apareceram em alguns textos que ganharam nota 1.000. Também foram percebidos erros de concordância em algumas redações.
Mais estarrecedor que a notícia foi a explicação do Ministério da Educação para o fato: “o texto é analisado como um todo, e o que importa mesmo é que o candidato tenha um excelente domínio do português, mesmo que ele cometa pequenos desvios gramaticais”.
Quer dizer, essa brutalidade que os estudantes cometem contra a língua portuguesa tem aval oficial. O que, bem ou mal, explica o descaso das nossas autoridades para com a educação. Uma educação que está emburrecendo nossos jovens, que mal sabem escrever, mal sabem ler e, para desespero de professores bem intencionados, são aprovados compulsoriamente, a título de engrossar os índices oficiais.
Um país que brinca com a educação desse modo não tem compromisso com o futuro. E um povo que se sujeita a isso corre um sério risco: servir de boi de manejo. O que é muito conveniente para a classe governante.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cheiro de Páscoa



A Páscoa está chegando. Já estou sentindo o cheiro dela. Até porque, não tem como não sentir. As lojas estão abarrotadas de ovos de chocolates. E dos mais variados tipos e modelos. Tem ovo representando quase todos os sabores de chocolate. Tem ovo grande. Tem ovo pequenininho. Tem ovo com surpresinha. Tem ovo só para meninos. Tem ovo só para meninas. Tem até ovo que não é ovo, é um bombom ou é uma maletinha.
O cheiro da Páscoa me leva a fazer uma viagem pela minha infância, quando os ovos não eram de chocolate, eram de açúcar. Delicadas peças de açúcar brancas, enfeitadas com florzinhas de anilina azuis, amarelas e cor de rosa. Um pouquinho enjoativos, pelo excesso de açúcar, mas verdadeiras obras primas que faziam a alegria da criançada.
Mas o melhor da festa eram mesmo os ovinhos caseiros que a minha mãe fazia às escondidas para nos surpreender no domingo de Páscoa. Eram ovinhos de galinha guardados por semanas e então pintados com papel de seda colorido e recheados com amendoim açucarado, que no Sul chamamos de carapinha.
Depois de prontos, os ovinhos eram colocados em cestas feitas com caixas de papelão e enfeitadas com franjas coloridas, que depois eram escondidas para serem encontradas no domingo de Páscoa. O trabalho era todo da mamãe, mas o crédito era todo do coelhinho.
Que saudade!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Pobres de nós, pobres clientes!




Quando a gente sai para fazer compras, encontra de tudo, principalmente falta de atendimento. Na maior parte das vezes, a gente compra porque realmente quer comprar e não porque alguém se esforçou para vender o produto. Via de regra, o dito vendedor não sabe o preço, não sabe se tem outra cor ou tamanho, não sabe informar as características do que está vendendo. Se você não está muito determinado a comprar, sai da loja de mão vazias. Caso contrário, faz o papel dele, vendedor, ou pelo menos o que ele deveria fazer, e se atraca a uma busca incansável até encontrar o que precisa.
Lojas de telefonia, de eletrônicos e de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, que vendem através de propaganda, entendem que você vai à loja somente para buscar o produto. Só que não é bem assim. A gente – principalmente nós da geração mais antiga –, também quer ver, pegar, testar, comparar, enfim, confirmar se é aquilo mesmo que se quer comprar. E aí é a hora do stress. Começa que o vendedor tem que ser pego no laço. Ele está sempre o mais distante possível do cliente. Quando ele vem te atender, já deixou alguém esperando e aí o cara que tá esperando lá do outro lado quer mobiliar a casa e você, apenas uma frigideira. Dá pra imaginar o resultado do atendimento.
É claro que isso tudo tem exceções e eu me sinto gratificada quando encontro pela frente um bom vendedor, um profissional que se esforça para atender os desejos do cliente, não importa se você está comprando o carro ou apenas o pneu. Porque, senão, é melhor comprar pela Internet. Contato frio por contato frio...
A bem da verdade, fala-se tanto em encantar o cliente, mas isso ainda está muito no campo da teoria, preso aos discursos, às salas de treinamento, e longe da prática. Então, quando a gente se depara com casos em que a empresa se preocupa em proporcionar um bom atendimento, temos que propagar isso.
Por isso, aproveito este post para render uma homenagem a algumas marcas que estão conectadas com esse desafio, como a Nissin-Miojo, que atendeu prontamente a uma reclamação referente a um saquinho de tempero que estava aberto dentro do pacote, telefonando e tomando todas as providências para a troca do produto, o que incluiu até mesmo o envio de uma caixinha de Sedex, já adesivada com os dados do destinatário e remetente, para despachar o produto danificado para análise, sem custo ao cliente. Junto, dois pacotinhos de macarrão e uma sacola promocional.
Procedimento semelhante foi tomado diante de uma reclamação pela Petybon, que enviou um mensageiro para fazer a substituição do produto, depois de ter apurado as informações e ter se desculpado por telefone.
Também tem o caso da Kibon, contactada por conta de um picolé com defeito, que enviou um pedido de desculpas através de um pacote de picolés entregue em casa pelo caminhão refrigerado que faz o abastecimento das lojas.
São três bons exemplos em que a atenção com o cliente está incorporada, de fato, à gestão da empresa. Que é quem ganha no final, pois na hora da compra, recebe em troca a atenção e a fidelidade do cliente. Em casa, por exemplo, essas marcas têm lugar garantido na mesa. Chova ou faça sol! 

terça-feira, 5 de março de 2013

Crime e castigo



Cada qual tem o seu pior castigo: a visita da sogra, o dia em que o salário acaba, a energia que vai embora bem na hora da novela, o pneu que fura a caminho da festa, a chateação do vizinho intrometido.
O meu pior castigo é abrir mão do açúcar. Não do açúcar propriamente dito, mas do açúcar embutido nos bombons, nas barras de chocolate, no sorvete, nos pudins, nas tortas e nos pavês, nas bombas e – ah delícia! – nas massas folhadas entupidas de creme de baunilha.
Sempre que a balança pesa demais em meu desfavor, é hora de desacelerar. É hora de apelar para uma dieta que passa longe dos meus amados docinhos. E aí começa o castigo. A cabeça dói. A boca seca. A mente trapaceia, é só uma paçoquinha!. O organismo pede! Clama! Implora!
E aí, não tem dieta que aguente! Quando me dou conta já estou cometendo aquele que é, por extensão, o meu pior crime: devorar compulsivamente o conteúdo doce da geladeira.