segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Prece por Luz


Não costumo me apegar às orações prontas, com exceção, é claro, do Pai Nosso, que, para mim, é a maior representação de Jesus Cristo e que nunca consigo pronunciar por inteiro sem embargar a voz. Eu sempre achei que Deus prefere nos ouvir assim meio no improviso, com toda a simplicidade e espontaneidade que o nosso coração é capaz de se manifestar. Mas tem uma prece em particular que eu acho que reflete muito bem o que deveríamos contemplar em nossas orações: Prece por Luz, de Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier:

Senhor!...

Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas conseqüências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus propósitos.


Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas, sobretudo, para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

Senhor!...

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

Assim seja.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estou (de novo) de dieta!


Pois é, acabo de começar (mais uma vez) um regimezinho (?) para eliminar uns 6, 7 ou 8 quilos, uma carga extra que está fazendo muita diferença nos meus movimentos, no meu ânimo e nas minhas roupas, que já não me servem mais. 

Ah, bons tempos aqueles em que eu não saía – nem que quisesse – dos meus 58 quilos. Podia devorar com vontade meus lanches preferidos, ou seja, todos. Sim, porque adoro tanto um simples bauruzinho de queijo e presunto, como um pastelzinho de carne, um cachorro quente ou um X-bagunça bem recheado, daqueles que chamam de X-Tudo.

Mas o pior mesmo é abrir mão das guloseimas adocicadas. Tenho verdadeira paixão por chocolate. E também por pudim, mousse, sorvete, torta, tortilla, massa folhada, sonho... Sou daquelas pessoas cujo organismo não pede, exige, um bocado de açúcar todo dia.

Portanto, vem uma temporada sombria por aí. Que vai demandar muito sacrifício. E uma boca (a minha) bem fechada.


sábado, 19 de novembro de 2011

É dureza ser dona de casa!


Eu nunca fui muito dona de casa. Desde muito jovem trabalhava fora, de modo que os serviços domésticos nunca foram o meu forte. Só pra dar uma idéia, até hoje não sei cozinhar feijão (qualquer um sabe cozinhar feijão, menos eu). As minhas incursões na cozinha sempre foram para fazer lanches (esse é meu forte) e eventualmente para preparar um picadinho de carne com creme de leite ou um macarrão com carne moída ou com calabresa (minhas especialidades). Adoro ir pra cozinha, desde que seja de vez em quando.

Tive muita sorte com algumas empregadas domésticas, que cuidavam de tudo em casa, começando pelas minhas meninas, que sempre foram prioridade, e até resolviam problemas cotidianos tipo trocar uma lâmpada, substituir a torneirinha do jardim ou contornar um vazamento de gás no botijão.

Pois, ultimamente, tenho parado mais tempo em casa e, coincidentemente, não tenho tido a mesma sorte com a empregada. Com isso, tem sobrado muita coisa pra eu fazer. E – convenhamos – quanto serviço tem numa casa pra se fazer! A gente amanhece e adormece trabalhando. Quando você pensa que acabou (ufa!), lá vem o cachorrinho e faz xixi no pé da mesa e quando você vai limpar, percebe que a toalha está suja e que seria melhor trocá-la. Enquanto está trocando a toalha, vê que a porta da geladeira está lambuzada e resolve limpar e, da porta, passa pra dentro da geladeira e... Não termina nunca!

E a campainha?  Essa também não dá sossego. É o carteiro, o limpador de piscina, o agente de saúde, o vendedor ambulante, o catador de latinha, o pedinte... Ave!

Como é duro ser dona de casa! 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nos tempos do Biotônico


Eu nasci miúda. Tão miúda que achavam que eu não ia vingar. “Essa não se cria”, diziam. Mas eu me criei. Um tanto magrinha nos primeiros anos. “Tem que dar Biotônico pra essa guria”, meu pai dizia. E me davam. Duas, três vezes por dia. 

Quando íamos visitar os tios e avós que moravam no interior, eu passava tão mal que tinha que descer do carro no meio do caminho e fazer o resto do percurso a pé. “Tem que dar Biotônico pra essa guria”, meu pai repetia. Então, me davam. Doses cavalares de Biotônico. Que me fizeram ganhar peso. Até demais.

O Biotônico (Fontoura) era o fortificante do Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato, que depois de ser curado da ancilostomíase (amarelão), doença que tirava totalmente o seu ânimo, deixou de ser um pobre caboclo para se transformar num próspero fazendeiro. 

As aventuras do Jeca Tatu ilustravam as páginas do Almanaque do Biotônico Fontoura, uma revistinha que era distribuída gratuitamente nas farmácias e continha informações, curiosidades e passatempos. E que preenchia o imaginário popular.

Bons tempos aqueles do Biotônico Fontoura.. Sim, porque nos dias atuais, quando a ordem é ser magro, quem há de querer se fortificar?










sábado, 12 de novembro de 2011

Esses baderneiros e seus pobres pais


Os episódios envolvendo um bando de rebeldes filhinhos de papai na Universidade de São Paulo, promovendo vandalismo, descortinam uma parte da sociedade que falhou – e falhou feio – na educação de seus filhos. Por trás desses baderneiros, tem pais que se esmeraram em prover seus rebentos de recursos materiais e se esqueceram do principal: sua formação moral.

Dotados de boas condições financeiras, porém com valores totalmente deformados, esses jovens se utilizam dessa vantagem para se drogar, para destruir, para promover arruaça, para subverter a ordem, para distribuir arrogância. Quando poderiam estar colaborando para construir um mundo melhor.

E eu me pergunto: como será que se sentem os pais deles? Será que têm vergonha de sua falta de caráter? Será que sofrem por conta de sua rebeldia, por conta de seus vícios? Será que conseguem ver um futuro melhor para eles? Será que choram? Será que se importam? Independente do que possam responder, tenho pena desses “pobres” pais.

Ao contrário deles, um bom tanto de pais que eu conheço, independente de serem ricos ou pobres, comemoram o fato de terem criado filhos de mente sadia, filhos cumpridores de seus deveres, filhos que tem respeito, filhos que tem dignidade, filhos que tem amor ao próximo e que jamais se atreveriam a pilhar o que quer seja.

E sem nem um pingo de modéstia, como mãe de duas filhas que desde cedo aprenderam a distinguir o certo do errado e possuem valores morais sólidos, eu me incluo entre eles. E me encho de orgulho por ter conseguido sucesso no que considero uma das tarefas mais nobres do ser humano: ser pai (no caso, mãe).


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Falando em sabonete...

Phebo é, indiscutivelmente, o meu sabonete preferido. E na fragrância Amazonian (aquele verdinho), embora nossa interação tenha começado ainda quando havia um único sabonete Phebo, também ovalado e transparente, porém escuro e com odor de rosas. Aliás, que tem uma bela e ousada história por trás:

“Em 1930 o português Mário Santiago e seu primo Antonio, perfumistas de talento, criaram um sabonete transparente, à base de glicerina, comparável ao Pear´s Soap, um sabonete inglês de grande aceitação na época. Eles pesquisaram inúmeras essências naturais da região, até chegarem a uma mistura que combinava óleo de pau-rosa, da Amazônia, com 145 essências distintas, como sândalo e cravo-da-índia, além de canela-de-Madagascar. O nome Phebo, o deus grego do Sol, foi escolhido para simbolizar o nascimento de uma nova era da perfumaria brasileira”.

Eu não ligo muito para esse negócio de marca, mas tem alguns casos, como o do sabonete Phebo, que não abro mão. São casos em que vejo o produto como sinônimo de sua marca: café capuchino é 3 Corações, maionese é Helmanns, leite condensado é Moça, sorvete é Kibon, presunto é Sadia...

Eventualmente, posso até usar outra marca, mas já sei, de antemão, que de alguma maneira vou sair perdendo no final. Ou em qualidade, ou em quantidade, ou em sabor...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O velho e bom sabão de barra saiu de cena


Comprar produtos de higiene no supermercado, hoje em dia, é quase uma viagem. São tantas as marcas de shampoo, desodorante, sabonete, pasta de dente, hidratante, absorvente, entre tantos outros produtos, que se a gente não souber de antemão o que deseja comprar vai precisar de um bom tempo para decidir e provavelmente vai gastar além da conta.

Diferente de quando eu tinha lá meus 12, 13 anos, – e eu lembro muito bem disso porque meus pais tinham um mercadinho, na verdade um armazém ou bolicho, como se dizia então, onde eu e meus irmãos trabalhávamos desde muito cedo, atendendo no balcão – e os produtos de higiene ocupavam um pequeno espaço na prateleira e não havia muito o que escolher. Desodorante era Van Ess, pasta de dente era Kolynos, absorvente era Modess, lâmina de barbear era Gilette.

Entre os sabonetes havia um pouco mais de diversificação. Lux, Gessy, Palmolive e 4 Estações eram os mais populares. Marcas como Cashmere Bouquet, Phebo – ah, o irresistível Phebo – e Alma de Flores, mais sofisticadas, davam bons presentes de aniversário.

Na época, o melhor xampu era mesmo o sabão de barra, geralmente feito em casa, que também substituía muito bem o sabonete. Se bem me lembro, a Colorama inaugurou a seção de xampu na prateleira de nosso armazém, e logo depois veio o Creme Rinse, precursor do condicionador.

Hoje, uma variedade imensa de xampus abarrota as prateleiras dos supermercados. Tem xampu para todos os tipos de cabelo: secos, opacos, lisos, encaracolados, tingidos, danificados. Tem xampu revitalizante, energizante, anticaspa, anti-frizz, antiqueda, anti-resíduos...  Dividindo espaço com eles, os condicionadores, que complementam o tratamento de beleza dos cabelos.

É impressionante como a indústria de higiene pessoal se desenvolveu e criou tantas necessidades. Sabonete líquido, sabonete íntimo, absorvente diário, creme para pentear, talco desodorante para os pés, lenços umedecidos... Produtos impensáveis há três ou quatro décadas e hoje imprescindíveis para a maioria das pessoas que, mais bem tratadas e mais perfumadas, com certeza, não conseguem imaginar a higiene da família sendo feita à base de sabão de barra.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Jogo de empurra


Uma professora de uma escola particular comentou comigo do seu stress por conta das dificuldades que enfrenta diariamente na administração da sala de aula. Ela assumiu uma turma extremamente bagunceira e indisciplinada e precisa frear seus impulsos de corrigi-la, sob pena de afugentar alunos que, caso se sintam incomodados, podem fazer com que seus pais os troquem de escola. E a pressão, nesse caso, vem da direção da escola, que não admite perder alunos, por piores que sejam, para não reduzir a arrecadação. Porque em escolas desse tipo, um aluno vale tanto quanto paga e pouco importam os resultados de seu aprendizado, desde que não afete o caixa da escola.

Segundo essa professora, o maior desafio dos professores em sala é conviver com alunos cujos pais não deram, não dão e nunca darão educação nenhuma para seus filhos e conferem à escola a responsabilidade de corrigir o estrago. Porém, não aceitam cobranças sobre seus mal educados filhos e ameaçam os professores, sobre quem descontam sua incompetência. Ameaçados pelos pais e pressionados pela direção da escola, os professores pouco podem fazer.

E nesse jogo de empurra, sobram crianças e jovens sem noção de valores como respeito, justiça e honestidade e que vão responder com prepotência, com arrogância, com egoísmo, com violência, com crueldade e com indiferença. Quando poderiam usar da compreensão, da humildade, da generosidade, da doçura, da bondade e da compaixão, valores dos quais a sociedade está tão carente.