terça-feira, 26 de maio de 2015

Uma paixão e tanto


Eu tenho um amigo que toda vez que ficava um tempo sem notícias minhas, me mandava uma mensagem bem objetiva: “Morreu, Lô?”.
Pois, agora, foi ele quem sumiu do mapa. Sumiu do Facebook, do Whatsapp, do Google... E eu devolvi a pergunta: “Morreu?”.
Não tardou para ele responder. Não morreu, não, o danado. Está vivinho da silva: “Arrumei uma namorada, Lô, e não tenho mais tempo para nada”.
Ainda não conheço todos os detalhes desse romance, mas o pouco que sei já faz dele uma história e tanto: trata-se de um reencontro após 34 anos. Ele está viúvo, ela, divorciada.
Em seu casamento anterior, ele foi muito feliz com sua Amélia. Sim, ela era literalmente uma Amélia, no jeito e também no nome. O mesmo não ocorreu com a namorada, que viveu um relacionamento infeliz do qual somente agora conseguiu se libertar.
Filhos criados, três ou quatro netos, ele – ela não sei – ainda está em atividade como professor, porém sem poupar tempo para se dedicar a esse romance que lhe faz reviver os amores e os ardores da adolescência. Reconhecendo-se apaixonado, ele está tratando de aproveitar essa paixão até a última gota. Por isso, outras atividades foram para o final da fila. As mídias sociais, por exemplo, que ele não tem mais tempo de atualizar. O que merece a minha admiração, numa época em que muitos estão tão preocupados em mostrar para os outros os registros de sua vida amorosa que se esquecem de viver sua própria felicidade.