quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Autoestima


Olha só: ouvindo a Jovem Pan ontem, uma entrevista no Pânico me chamou a atenção. A entrevistada, a publicitária Gisela Rao, falava dos resultados do programa que ela criou, o Vigilantes da Autoestima, do qual faz parte um blog com o mesmo nome (http://vigilantesdaautoestima.blogosfera.uol.com.br/). O motivo da entrevista era, de fato, o livro que ela está lançando, Não comi. Não rezei. Mas me amei, o diário da escritora que vigiou sua autoestima por 365 dias. 

Gisela está conseguindo canalizar para o seu blog milhares de acessos, principalmente de pessoas que estão se apoiando nela para levantar sua autoestima. Esse público é constituído principalmente de mulheres. E um dos motivos que mais derrubam a autoestima de uma mulher está relacionado ao corpo.

E, cá pra nós, não é para menos. Estamos cercados de gente bonita. Só que no papel. As revistas estão recheadas de rostos e corpos deslumbrantes. Os banners e cartazes de propaganda, idem. A televisão está repleta de caras lindas e corpões sarados. A mídia parece nos dizer, cruelmente, “se você não é bonito, morra!”. 

E, no entanto, as pessoas que a gente encontra nas ruas, no banco, no supermercado, no cinema, no shopping, a maior parte delas, são gente comum. Gente com muito nariz, com pouca bunda, com barriga demais, com seios de menos, com pernas muito grossas, ou muito finas, com cabelos escorridos, ou muito armados... Gente totalmente fora do padrão. Mas, gente real, que nem por isso é menos feliz. Mesmo que tenha que contar com a vigilância da Gi quando a autoestima estiver em baixa. 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tirinhas

Viva a criatividade e o humor, ingredientes essenciais para construir uma boa tirinha!




























quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Indignar. Um verbo para se conjugar!

O desabafo em uma entrevista de televisão de uma mulher cujo marido foi morto violentamente num assalto me comoveu. “A gente precisa se indignar com a escalada da violência”, desabafou ela. Embora vivendo momentos de profunda dor, ela conseguiu fazer o seu manifesto e reproduzir o que era também a opinião do marido, antes de ser atingido por um tiro ao defender a filha que estava na mira do bandido.

Faço, então, coro a essa corajosa mulher e me indigno também. Estamos sendo muito passivos diante da violência. Estamos aí, cada qual no seu quadrado, tentando nos defender. À custa de muitas grades, de muitos cadeados, de geringonças elétricas e eletrônicas. Individualistas, suspiramos a cada vez que não somos o alvo. Mesmo que ele seja o vizinho da frente, o pai do amigo do filho, a filha do dono do mercadinho, a esposa do colega de trabalho, enfim. Contanto que aconteça além da soleira da nossa porta...

E é isso que precisa mudar. Aproveito, então, este espaço para demonstrar a minha indignação com a violência desenfreada que assola esta cidade, este estado, este país, e que produz uma sociedade refém do isolamento, do medo, da angústia, da dor. E creio que se nos juntarmos nesse sentimento, estaremos começando a nos mover. O que já é um bom começo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Oigalê!

É tempo de festa no Sul do país. Estamos em plena Semana Farroupilha, o maior evento sul-rio-grandense, que marca as comemorações da Revolução Farroupilha, uma das mais significativas e mais longas revoltas civis brasileiras, marco da história e da formação política da sociedade do Rio Grande do Sul.

Se eu estivesse por lá nesses dias, é certo que estaria percorrendo os galpões crioulos, saboreando os costumes gaúchos, comendo muito arroz de carreteiro e dançando vanerão. É que nessa época, os Centros de Tradições Gaúchas promovem semanas inteiras de festa, de culto às tradições gaúchas, com fandangos, cavalgadas, rodas de chimarrão, tertúlias e rondas crioulas e apresentação das tradicionais danças como a Chula, a Dança dos Facões, Pezinho, Chimarrita, Xote de Carreirinha e tantas outras.

Para matar a saudade, Milonga para as Missões, com Renato Borghetti e Orquestra Unisinos:



E um pouquinho de dança, também:


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

À espera da chuva


Com esses dias amanhecendo assim meio emburrados, eu me encho de expectativa logo de manhã: tem chuva boa vindo aí! Mas, que nada! O dia termina do mesmo jeito que começou, sem uma gota d’água caindo do céu.

Ai, que saudade da chuva! Chuva farta escorrendo por entre as gramas do jardim, encharcando minha roseira ainda sem flor. Chuva começando a gotejar no varal repleto de roupa lavada, alarmando a família inteira que se põe a correr para o quintal. Chuva forte teimando em fazer uma goteira no telhado para se infiltrar casa adentro, formando um desenho molhado no chão.

Essa ansiedade pela chuva que não chega me remete a minha infância, quando, diante de uma estiagem, as pessoas tinham por hábito lavar o santo nas águas do rio. Na rua onde eu morava, a vizinhança inteira se reunia e, em procissão, caminhava até o rio, onde o santo era mergulhado nas águas, sob as preces dos caminhantes.

Nós, as crianças, acompanhávamos aquilo com muita admiração. A coisa tinha uma conotação de festa, com um sabor de aventura que nos divertia e deliciava.

Pois, não é que dois ou três dias depois, a chuva caía, mansa e farta? Pra comemorar, nos esbaldávamos na enxurrada. De um jeito que não se faz mais hoje.

sábado, 10 de setembro de 2011

Entre sopas e caldos


Fiz uma cirurgia na boca para resolver um problema odontológico e... isso mesmo, estou quase à míngua. Brincadeirinha! É que, como boa gaúcha que sou e adepta por demás de uma costela (bem) assada no espeto, estou me ressentindo de não poder comer carne. Então, estou me virando entre uma sopinha aqui, um caldinho lá... E o que é pior: o tratamento que estou fazendo deve demorar ainda um bocado. Nesse tempo – ai, ai, ai – vou ter que me contentar com purê de batata e carne moída.

Mas, já que estou falando em problema de saúde bucal, vou aproveitar para contar um caso que aconteceu com uma amiga minha: quando tinha 13 ou 14 anos ela decidiu extrair os dentes e colocar uma dentadura. É que, antigamente, não se fazia prevenção, havia pouco cuidado com os dentes e era muito comum as pessoas usarem dentadura. Então, ela aproveitou que tinha ajuntado um bom dinheiro com seus serviços de faxina e correu para o dentista para fazer logo o procedimento. Extraiu todos os dentes da boca, independente de estarem bons ou ruins. A justificativa era muito simplória: “o preço estava bom, eu tinha o dinheiro e... vai que quando chegar a hora de fazer isso eu não possa pagar?”, conta ela, hoje.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dia da Pátria

Quando eu era menina, desfilar no dia 7 de setembro era coisa obrigatória. Nesse dia, tínhamos que nos vestir impecáveis: saia pregueada bem passada, blusa branca alvejada, sapatos pretos bem lustrosos, meias ¾ brancas, geralmente novas, cabelos bem arrumados. Assim aprumados, seguíamos, cada qual no seu pelotão, marchando rua afora, uma marcha ensaiada durante dias, semanas até. E a família lá, na beira da calçada, assistindo, aplaudindo e chamando a gente pelo nome. Além de manter o semblante sério, disfarçando o sorriso amarelo que brotava quando reconhecidos pela platéia, tínhamos que nos esforçar para não sair do alinhamento e nem perder o ritmo da marcha.

Duas ou três vezes desfilei na banda do colégio, bem na frente, tocando bumbo. Eu numa ponta, minha irmã na outra, empertigadas dentro daquele uniforme cheio de franjas, abrindo o desfile da escola. Uma glória!

Mas o melhor de tudo era a paquera que rolava na concentração. Aquela paquera à moda antiga, recheada de timidez, que fazia o Dia da Pátria se encher de emoção e o coração bater forte, no compasso da banda. Tum Tum Tum.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ah, a lua!

De vez em quando olho para o céu e vejo a lua, bonitona lá no alto, ora um fio de luz recurvado, ora uma bola que de tão redonda parece que vai explodir em milhões de pedacinhos brilhantes. E aí penso que esse de vez em quando deveria ser mais constante. A lua é coisa para se olhar todos os dias. Para se maravilhar com seu lento caminhar. Para se apreciar cada uma de suas fases. Para deixar que ela nos encha os olhos. E nos abarrote o peito. E nos alimente a alma.

Pena que a gente vive sem tempo de olhar a lua. Mesmo quando se tem tempo. São tantas coisas a nos deter a atenção que nos esquecemos da lua. E ela nem reclama. Fica quientinha lá no seu posto de observação do mundo. E com seu gracioso movimento, tenta nos seduzir. Em vão!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

No compasso desta dança

Quem, como eu, adora dança, vai se apaixonar por esse curta, 100 YEARS / STYLE / EAST LONDON, feito para anunciar a abertura do maior shopping center urbano na Europa. O vídeo mostra em exatos 100 minutos a evolução da moda, da música e da dança. Portanto, quem não gosta de dança, terá outros bons motivos para assistir, como a música e os figurinos. Delicie-se:


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

É massa!

Sou do tempo em que uma coisa bonita podia ser BACANA, um amigo, BICHO, um homem feio, BOFE, um homem bonito, PÃO, uma pessoa conservadora, QUADRADA, uma pessoa moderna, PRA FRENTE, uma coisa fácil, BATATA, a turma de amigos, PATOTA, algo bonito, JOIA, entrar em depressão, CAIR NA FOSSA, e por aí afora.

Com o tempo, essas expressões, pelo menos a maior parte delas, caíram em desuso. Surgiram outras, mais modernas, TIPO ASSIM: coisa bacana é IRADA, patota virou GALERA, amigo é PARCEIRO, gente boa é DO BEM, coisa estranha é TOSCA, homem bonito é SARADO, mulher bonita é GATA, trabalho é TRAMPO e outras tantas.

E nós, os COROAS, ficamos aí no meio, às vezes constrangendo a moçada com nossas expressões CARETAS, às vezes surpreendendo-os com o uso de sua própria linguagem. Não é MASSA? Mas, NA MORAL, a gente faz de tudo para não PAGAR MICO!