sábado, 31 de julho de 2010

Nota Zero


Um primo e mais três amigos estiveram em Cuiabá esta semana, vindo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Membros do clube Gaudérios do Asfalto, ambos tem o motociclismo por hobby e fizeram a viagem montados em belíssimas e potentes motos. Uma grande alegria essa visita, que irá terminar em Brasília, num grande encontro de motociclistas de todo o Brasil.

Mas, eu gostaria de comentar aqui algo que os deixou impressionados, afora a beleza da cidade e os encantos naturais da região: o descaso com o turismo.

Meus amigos elegeram a terça-feira para conhecer Chapada dos Guimarães e encontraram fechadas as portas de uma das principais atrações: o Véu de Noiva. Eles e outras dezenas de turistas foram barrados pelo aviso de que “o Véu de Noiva fica fechado para visitação às segundas e terças-feiras”. Meu primo tentou conversar com o guarda do local, que não quis nem ouvir as alegações – de que as pessoas se deslocam dos lugares mais distantes para conhecer aquele ponto turístico – e já foi respondendo com truculência: “acho que vocês não entenderam...”.

O que mais chateou os visitantes é que ninguém cogitou essa possibilidade quando eles procuraram informações a respeito. Informações que eles também tiveram dificuldades em conseguir, pois no hotel onde ficaram hospedados não havia sequer um folheto. “Quem sabe na padaria”, sugeriram os funcionários do hotel.

“Que vexame!”, pensei.

E é claro que meus conterrâneos, que passaram quatro dias no Mato Grosso do Sul, chegaram a uma constatação: “Nesse aspecto, Bonito está dando de 10 x 0 em vocês”.

“Que feio!”, tive que admitir.


domingo, 25 de julho de 2010

Argh! A campanha política está nas ruas!

Uma cena patética logo cedo a poucos quarteirões de casa: uma mulher esparramada em uma cadeira no canteiro da avenida, sob um guarda-sol, apoiando ou simplesmente fazendo a guarda de uma placa de propaganda política. A mesma cena eu vi repetida no decorrer do dia em outros canteiros de outras avenidas.

O que me pareceu mais engraçado é que aquelas pessoas pareciam estar na casa delas: uma garrafa térmica com água ou suco ao lado, sacolas que provavelmente tinham um lanchinho dentro e até uma rodinha de bate-papo com conhecidos.

Não faço ideia de quanto elas estão ganhando para fazer esse trabalho, mas não tenho dúvida de que vou ajudar a pagar essa conta. Aliás, os gastos com a campanha começaram mesmo pra valer. Vi inúmeros carros desfilando hoje pela rua, carregando, em grandes adesivos, a cara de candidatos às eleições desse ano. Confesso que já enjoei da cara de alguns deles no começo da campanha. Vai ser duro aguentar até o fim. Mas, o pior ainda é saber que o dinheiro para pagar essa farra toda sai do meu, do seu, do nosso bolso.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bebida com bula?

Domingo de manhã, perto das nove horas, num curto trajeto, me deparo com dois acidentes. Num deles, uma caminhonete tombada em um local de farta sinalização, deixava claro a imprudência motivada pelo consumo de álcool. No outro, que mandou os ocupantes todos para o pronto socorro e por pouco não deu perda total nos dois veículos, rendeu um comentário cômico – não fosse trágico – por parte de uma testemunha que presenciou o acidente: “a mulher saiu do carro toda machucada, mas em nenhum momento largou a latinha de cerveja que estava segurando na mão”.

São tantos acidentes que poderiam ser evitados... São tantos carros destruídos... São tantas pessoas machucadas... São tantas vítimas fatais...

Imagine quanta coisa poderia ser evitada se houvesse um pouquinho mais de consciência por parte de quem assume o volante sem ter condição para tal.

Lembro de uma ocasião em que lamentei não ter impedido – se é que eu conseguiria – que um casal embriagado saísse dirigindo. A dupla não foi além da primeira esquina. Se espatifou num ponto de ônibus e consumiu o trabalho de muita gente em função do tamanho dos estragos. Nenhum dos dois morreu, mas eles chegaram bem perto.

E não se trata de gente jovem, não. São pessoas maduras, que saíram da fase de risco há muito tempo.

Tomar um choppinho ou uma cervejinha é, de fato, uma delícia – não vou negar, até porque sou consumidora. Mas a bebida talvez tivesse que vir acompanhada de uma bula.

Ora, ora, que bobagem! Ninguém, jamais, iria ler a dita cuja. No máximo, iria colocar a danada virada para baixo, do mesmo jeito que se faz com a carteira de cigarros, que é para não ver aquelas figuras horrorosas que sugerem riscos de impotência, aborto, câncer e outros problemas decorrentes do tabagismo. Ou você já viu alguém parar de fumar por conta daqueles desenhos apelativos que estampam as embalagens?

É, acho que nem bula, nem estampa, nem nada...

Apenas um pouco mais de juízo!