segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A maratona do diploma


Você conclui o curso superior, participa da formatura e daí vai embora com o diploma embaixo do braço, certo? Errado. Você conclui o curso superior, participa da formatura e daí a pegar o diploma é uma outra história.
Acompanhei bem de pertinho quando minha filha, meses depois de formada, foi buscar seu diploma na universidade. Eu disse buscar? Acho que seria melhor dizer “iniciar os procedimentos para pegar o diploma”.
A história começou num tal casarão, onde forneceram uma requisição e uma guia a ser paga no banco. A bem da verdade, tratava-se de uma cópia muito mal tirada de uma guia de pagamento, com o valor a ser pago preenchido a caneta(!).
Quitado o documento, ela – e eu junto – voltou ao casarão, onde lhe mandaram à biblioteca para bater um carimbo na requisição. Isso foi executado facilmente por um servidor. Da biblioteca, disseram-lhe para ir à CAE (Coordenação de Administração Escolar). No balcão de recepção, o atendente estava muito ocupado fazendo uma colagem numa folha de papel e, obviamente, precisávamos entender que ele não tinha como nos atender. Para nossa sorte, um outro rapaz, acomodado em uma mesa próxima, olhou para nós e, levantando o queixo assim como quem diz: “o que foi?”, nos animou a pedir-lhe ajuda.
– É sobre o diploma...
E ele nem deixou continuar:
– Diploma é lá – disse, indicando com o dedo para a frente, deixando-nos em dúvida quanto a em qual das portas entrar. Optamos pelo mais óbvio e seguimos um pequeno corredor orlado de prateleiras contendo muita papelada antiga.
Os dois homens que atendiam ali – um deles de meia-idade e o outro um pouco mais velho – combinavam com aquele ambiente meio cheirando a mofo. Um deles discutia com uma mulher porque ela não tinha a certidão de nascimento.
– Eu tenho Carteira de Identidade, CPF e Carteira de Motorista, o que dispensa apresentar a certidão – disse ela sem perder o bom-humor.
– Aqui precisa – explodiu o homem, num acesso de raiva. Nem por isso a mulher se incomodou e disse que voltaria, então, outra hora, trazendo a certidão de nascimento.
Minha filha apresentou os documentos, inclusive uma cópia da certidão de nascimento, e não demorou muito para que o outro homem lhe devolvesse a papelada dentro de uma pasta, com a recomendação de que entregasse tudo lá no Casarão.
Voltamos, então, ao Casarão, onde o atendente deu uma rápida olhada na pasta e, no computador, emitiu um recibo, que foi entregue junto com a observação: – Dentro de 60 a 90 dias pode procurar o diploma aqui.
Gente, pensei eu, ainda vai levar mais 90 dias para o diploma ficar pronto! E não tem como a gente não se perguntar: não seria obrigação da universidade liberar o diploma do aluno quando ele se forma? Não faz sentido voltar lá, pagar uma taxa, fazer uma maratona, aguentar o mau-humor de servidores descontentes e ainda ter aguardar um monte de tempo para estar com o diploma em mãos.
Mas, pensando bem, se fizesse dessa forma, como justificar a presença de todo esse povo que está lá batendo carimbo, exigindo certidões de nascimento, passando documento de mão em mão? E, decerto que tem mais valor um documento que leva 90 dias para ser feito.

PS: passados mais ou menos 30 dias da apresentação dos documentos, ligaram em casa avisando que estava faltando um documento: o título de eleitor. E agora, como será que fica o prazo de entrega? 60, 90 ou 120 dias?

3 comentários:

  1. Uuuuuuuuuuuuuuuufa!!

    Uma sugestão: as universidades poderiam orientar os alunos pra entrarem na fila do diploma já no 1º semestre! hehehehe

    Beijos!

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  2. Cara, cadê o meu diploma???

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  3. Sábio de quem inventou o termo buRRocracia..!
    Haja saco..!
    Espero que daqui a seis meses eu não enfrente problemas similiares!

    Beijo e parabéns pelo blog! =)
    Josie.

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