sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Carta



Acredite: hoje eu escrevi uma carta. À moda antiga. Só faltou aquele papel de seda fininho, que de tão fininho fazia a tinta atravessar para o outro lado. E agora estou aqui pensando: será que ainda se escreve carta hoje em dia? Acho que tem gente que nem sabe o que é isso.

Em tempos de Twitter, Facebook, Orkut e outras ferramentas modernas de comunicação, escrever carta é uma coisa assim quase pré-histórica. Mas, em outros tempos, era uma coisa maravilhosa.

Portadora de boas e de más notícias, a carta levava dias, às vezes meses, para chegar a seu destino. Receber uma carta era uma emoção tamanha. E quando ela vinha salpicada de paixão?

No rádio, A Carta, na voz de Erasmo Carlos, fazia um tremendo sucesso:

Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas
Meu amor!
Porque veio a saudade
Visitar meu coração
Espero que desculpes
Os meus errinhos por favor
Nas frases desta carta
Que é uma prova de afeição...
Talvez tu não a leias
Mas quem sabe até darás
Resposta imediata
Me chamando de "Meu Bem"
Porém o que me importa
É confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida
Mais ninguém...
E para terminar
Amor assinarei
Do sempre, sempre teu...

Os tempos mudaram. As notícias, hoje, chegam em tempo real. E a caixinha de correspondência, tão charmosa em outros tempos, hoje é quase figurativa. Virou repositório de boletos de cobrança e de folhetos de propaganda.

5 comentários:

  1. De vez em quando ainda escrevo para meu irmão que não se atualizou na informática.
    Pelo menos, quando escrevo recebo resposta, o que me deixa muito feliz. Diferente de alguns e-mails enviados, que nem sequer avisam que receberam. É triste saber que houve evolução "tecnológica", mas, "involução" do ser humano que, não tem mais a liberdade de escrever ou responder uma carta. Prefiro o papel do que o computador. O papel eu pego, sinto sua textura, sinto o seu cheiro, percebo pelo tato o sentimento de quem o enviou. A cada dia vou deixando de emitir e-mails, apenas "repasso" num gesto quase que mecanico. Saudade do passado. Era muito mais humano.

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  2. Saudade da infância que brincavámos na rua, não tinha celular e muito menos computador. Hoje, as crianças ficam o tempo todo em frente as telas, jogando, em redes sociais e pequenas já penduradas no celular. Eu escrevia cartas para os parentes, amigos deixados em outras cidades e era uma expectativa tão grande no recebimento das respostas. Lembro dos papés de cartas, figuras, canetas coloridas.... ainnn que saudadeeee da minha infância e infelizmente muitas coisas meu filho provavelmente não viverá!

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  3. Quem será que foi o destinatário dessa carta? Fiquei curiosa!

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  4. Tive um namorado que morava longe... nos falávamos sempre... por carta(!) E era muito bom... Fiz amizade com o carteiro e ele achava um barato a minha cara quando chegava no correio pra pegar a correspondência.. Sempre na expectativa... É bom demais!!!!

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  5. Olha que coisa linda, todos têm belas lembranças ao falar de cartas... E essas memórias jamais serão substituídas por alguma tecnologia mais avançada.
    Bem, assim eu espero!

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